segunda-feira, 31 de agosto de 2009

6ªs SÉRIES: CONTANDO HISTÓRIAS - QUEM CONTA UM CONTO AUMENTA UM PONTO




Um vampiro em São Paulo


No sábado, resolvemos ir a uma festa na casa de um colega, do outro lado da cidade. Como não conhecíamos bem o bairro, descemos do ônibus dois pontos antes e tivemos que caminhar. Já estava escurecendo e o que encontramos naquela esquina, encheu-nos de pavor.
Aquilo que estávamos vendo, arrepiou todos. Era um homem grande e sua aparência era horrível: roupas rasgadas, seu cabelo longo e loiro estava bagunçado e estava com o rosto amassado. Parecia bonito, posso dizer mais seus dentes estavam todos a mostra, com uma forma de fome. Ou sede, talvez.
Meus pensamentos foram interrompidos quando o grande homem quebrou o silêncio:
- Sabia que encontraria pessoas aqui. Pelo menos, não vou chegar em casa de mãos vazias – disse o grande rapaz, dando uma risada – Primeiramente, devo me apresentar, certo? Meu nome é Lucas. Sou bem diferente de vocês, posso crer. Vamos parar de papo furado – quando disse essas palavras, não vi mais nada. Apenas senti um braço em volta de mim e o vento em meu rosto.
Quando vi, já estava dentro da casa do sinistro Lucas.
-Regina, temos visita! – Logo apareceu uma linda mulher, com cabelos ruivos ondulados e seus olhos eram de um vermelho vivo.
-Ah, que ótimo, meu bem. – disse a bonita garota, olhando para nós. Parecia nos avaliar – Diga a eles o que acontecerá esta noite.
-Boa idéia! – E Lucas se virou para nós – Bom, vou direto ao assunto: Somos espécies... diferentes, posso dizer. Já matei matamos várias pessoas como vocês. Mas antes da triste partida, queremos que adivinhem o que nós somos – Os olhos de Lucas mudaram de preto para vermelho e logo descobri o que era:
-Você é, é... é – disse
-Lud! – Disse Eduardo, apavoradamente. Nem tinha reparado a presença dele na sala. Percebi que todos estavam lá: Eduardo, Felipe, Carol e Alice.
-Cale a Boca, garoto! – disse Lucas, indo em direção a Eduardo.
-Não!Por favor, não o machuque! Você é um vampiro – engoli um seco – Seus olhos mudam de cor e você corre muito rápido! – disse medrosamente.
-Parabéns! – disse Lucas – como prêmio, você vai ser a primeira a ser um jantar – Lucas deu uma grande gargalhada. Senti uma pontada forte em minhas costas e dei um grito.
De repente, acordei: Olhei para os lados e vi que estavam todos me olhando, inclusive a professora, com uma expressão facial não muito boa.
-Mas será possível!? Ludmila, já lhe disse para não dormir na sala de aula! – disse a professora Renata, aos berros.
-Me-me-me desculpe! Prometo que não vou mais dormir, na aula. Prometo! – disse com esperança.
- É a última vez mocinha, a última vez!
Ah, não acredito! Mais uma vez dormi na sala de aula! Acho que fiquei pensando muito naquela festa, e até tive um pesadelo com ela! Melhor passar por essa aula chata, do que passar por aquele pesadelo. Letícia Francolino Nogueira - 6°D (Amizade)



De Repente, Superpoderosos.

No sábado, resolvermos ir a uma festa na casa de um colega, do outro lado da cidade. Como não conhecíamos bem o bairro, descemos do ônibus dois pontos antes, e tivemos que caminhar. Já estava escurecendo, e o que encontramos naquela esquina echeu-nos de pavor.
Era um cadáver, e estava com uma espada fincada na cabeça! João... o xereta da turma, enquanto eu e Julinha quase desmaiávamos de medo... tirou a espada da cabeça do cadáver, e falou: "Vamos ver se corta?". Ele pegou a espada, e a passou com força numa pequena árvore q havia alí por perto, assim que passou, a árvore foi cortada ao meio.
Eu e Julinha com medo, e João como se aquilo fosse normal, falou pra mim, jogando a espada: "Pega aí".
Então, eu peguei a espada, e ela brilhou, e daí, eu estava, magicamente com uma armadura de ouro. "Maneiro!".
Então a apontei para João, e do nada, ele estava vestido de bruxo.
A apontei para Julinha, pisquei os olhos, e ela estava vestida de princesa. Daí falei: "Essa espada é mágica". E logo, João falou: "Vamos ver o lugar onde eu peguei".
Chegamos lá, o cadávir havia desaparecido, tinha somente um bilhete. Nós pegamos, e lemos, nele estava escrito: "Meus jovens, Vocês herdaram o poder! Cujo só é oferecido à cada dois bilhões de anos! Vocês tiveram corajem, e então retiraram a espada do cadáver, e vão ganhar superpoderes, e armas. Adeus".
E então, um arco surgiu nas costad de Julinha, e uma bolsa, cheia de flechas, e logo depois, apareceu um cajado na mão de João, e um livro de magias na outra.
E eu fiquei com a espada, e ganhei um escudo... E de repente minha espada pegou fogo, ficou flamejante, e eu não me feria... eu achei demais!
Então... ouvimos uma voz que dizia: "Vão para a festa, não se preocupem... é uma festa à fantasia".
Daí, fomos para a festa, e era realmente uma festa à fantasia, e nós nos divertimos muito.
E depois, vivemos muitas aventuras com nossos superpoderes. (Fábio Augusto Ribeiro 6ª série D Amizade/2009.)



Será que foi sonho?
No sábado,resolvemos ir a uma festa na casa de um colega,do outro lado da cidade.Como não conheciamos bem o bairro,descemos do ônibus dois pontos antes e tivemos que caminhar.Já estava escurecendo e o que encontramos naquela esquina,encheu-nos de pavor.

Já estávomos assustados ser uma festa estilo de terror, imagina então ao virarmos a esquina e encontrarmos uma enorme poça de sangue!?

Ao chegarmos à festa do Gabriel, fomos muito bem recebidos e fomos direto para o comes e bebes até que reparamos que o pote de mini-sanduíches estava cheio de minhocas de chocolate, assim perdi a fome rapidinho!

Fui procurar o Vinícius junto com a Aninha,mas nada dele.Pedimos para o Carlos procurar no banheiro enquanto eu e a Ana procurávamos no resto da casa, nada do Vinícios aparecer. Aninha começou a chorar rios de lagrimas(ela meio que ‘’gosta’’dele).Ligamos para o celular dele e um homem de voz grave quem atendeu, fomos ver se o Viní estava na rua fazendo uma brincadeira de mal gosto.

Quando fomos sair, a porta nao abria. Então reparamos que só tinha nós na casa(Eu,Pedro,Carlos e Aninha).Nós viramos e encontramos o tênis do Vinícius...PUF...a porta se abriu!

Saímos correndo e entramoos no primeiro ônibus que vimos parando no ponto. Em um dos bancos, estava o Vinícius meio tonto que disse

‘’Acabei de acordar, só lembro de ter levado uma pancada na cabeça!”

Acabos que descemos na rodoviaria e tivemos que pagar de novo R$2,30 do ônibus.

No outro dia, acordei com uma baita dor de cabeça,e liguei para o Carlos:

‘’Foi sonho?’’

Ele respondeu:

‘’Se foi,tá mais para pesadelo.E ta faltando R$2,30 da minha carteira’’

(Bianca Valéria de Aguiar 6ª série B,Bondade/2009)


Que estranho!


No sábado, resolvemos ir a uma festa na casa de um colega, do outro lado da cidade.Como não conhecíamos bem o bairro, descemos de ônibus dois pontos antes e tivemos que caminhar. Já estava escurecendo e o que encontramos naquela esquina, encheu-nos de pavor.

Havia dois homens encostados na parede, fumando, ficamos com medo do que eles podiam nos fazer e não porque ele estava fumando. Pensamos até em voltar e fazer outro trajeto, mas aquele era o único possível.

Atravessamos a rua, e quando nos demos conta, vimos que eles estavam nos seguindo. A Aninha (a mais nova de nós) diz ter visto armas com cada um. Só de pensar em o que eles poderiam fazer com as armas, ficamos apavorados.

Começamos a fazer um zigue-zague pelas calçadas, para vermos se conseguíamos despistá-los. Mesmo o Pedro (o mais velho de nós) que se diz bonitão e corajoso até molhou as calças de tanto medo. Pensem: rua deserta, dois homens armados e se quer uma alma (exceto as nossas).

Estávamos chegando á festa. De longe, se escutava a música. Parece que a festa estava bombando e lotada pelo o que ouvimos, pois tinha muito barulho! Olhamos para todos os lados e não vimos mais os caras. Achamos que eles tinham ido embora.

Já na festa, depois de mais ou menos uma hora, avistamos os mesmos homens (aqueles da esquina), entrando na festa. Como já os conhecíamos, ficamos com mais medo ainda (tinha muita gente, imagina o que eles poderiam fazer). De repente um deles sacou a arma, e apontou para o dono da festa! Só ouve gritaria! Todos saindo correndo desesperados... um fuzuê! Disseram em alto e bom som:

-Se alguém chamar a policia, ele já era!

Um tempo depois, chega a policia (esse negócio estava estranho), e prenderam os homens. Os donos da casa (não da festa) apareceram e explicaram tudo.

-Os contratamos para dar um sustinho em vocês por fazerem uma festa sem nossa permissão.

O estranho é que foi tudo ensaiado (não me perguntem como, mas foi)! Como nós entramos na história?

Os homens, aqueles da esquina, foram avisados de que deveriam seguir alguém que ia para a festa, e nós fomos os sortudos. Eles poderiam ter seguido outras pessoas? Sim! Mas fomos os únicos a passar por ali (sei disso, pois eles nos seguiram. Lembra?!).

Como eles sabiam que íamos para festa?

A festa era a fantasia.

Depois disso, quando me convidarem para uma festa foi falar com os donos da residência em que será feita, não estou a fim de ter um ataque.



E ai esta é a minha história, cadê a sua???

(Yohana de Sousa Munhós 6º Bondade - 2009)


sábado, 22 de agosto de 2009

FALAR SOBRE DROGA AINDA É ATUAL!!!!!!!!!! PROJETO: "DROGA? TÔ FORA" DE RESPONSABIDADE DOS PROFESSORES ÁLVARO, SÔNIA, RAUL ÁNDRÉIA E PIEDADE


PARA INÍCIO DE CONVERSA...





Música, sexo e loucura
Para potencializarem o efeito de drogas como o ecstasy e a cocaína, jovens as misturam a anestésicos de uso veterinário,remédios para impotência e até medicamentos para tratamento de aids.



VEJA A REPORTAGEM - DESTA EDIÇÃO DA SEMANA DE 18 A 21 DE OUTUBRO DE 2009 NA ÍNTEGRA NO SITE: http://veja.abril.com.br/211009/musica-sexo-loucura-p-134.shtml








A droga continua sendo um problema causador de grande preocupação em nossa sociedade, pois que, de forma abusiva, está presente em todas as classes sociais. Faz, portanto, necessários debates e questionamentos que possam auxiliar a encontrar soluções que atenuem ou erradiquem as causas dessa realidade. Acredita-se que com a prevenção e o conhecimento se pode evitar o uso indevido e generalizado das drogas.

Para isso estratégias diversificadas nortearão o trabalho, como seminário, filmes, documentários, curta metragem, palestras, dentre outras. As ações conjuntas visam sensibilizar e buscar a participação da comunidade escolar, quanto à necessidade, de juntos, se atenuar aos efeitos maléficos do uso de drogas lícitas e/ou ilícitas para ser humano, extensão na família e na sociedade.



OS OBJETIVOS SÃO AUDACIOSOS:
•Prevenir o uso de drogas lícitas, como o álcool e o tabaco, e ilícitas;
•Distinguir as principais dragas de abusos, seus mecanismos de ações e suas conseqüências;
•Relacionar a diversidade de fatores contextuais e pessoais que constituem riscos ou proteção para uso de drogas na adolescência;
•Alertar e orientar aos pais com relação ao uso de drogas lícitas e ilícitas;
•Comparar os modelos de prevenção embasados na ideologia do medo com os modelos de educação para a saúde.


ESTAMOS ABERTO A CONVERSAÇÃO. ENTÃO PARTICIPE.



SÓ PARA DESCONTRAIR


domingo, 16 de agosto de 2009

SE POR ACASO PINTAR DÚVIDAS, INSEGURANÇA OU CERTEZAS, DIVIDA COMIGO NO EMAIL piedadeteodoro@hotmail.com. TEREI PRAZER EM AJUDÁ-LO. ATÉ.

RECADOS PARA AS 2ºs ANOS 2009




PRIMEIRO RECADO: VISÃO GERAL DO MOVIMENTO LITERÁRIO ROMANTISMO(retomada)

ESTUDE O ASSUNTO EXPOSTA ABAIXO QUE NÃO NENHUMA NOVIDADE PARA VOCÊ. EM SEGUIDA DESENVOLVA AS ATIVIDADES PROPOSTAS QUE DEVERÃO SER ENVIDAS PELO EMAIL piedadeteodoro@hotmail.com o primeiro até dia 24/08/2009, já o segundo, até dia 31/08/2009.

A ABORDAGEM CENTRA-SE NOS SEGUINTES ASPECTOS:

o As três gerações românticas
o Principais características românticas
o Um estudo a partir de um texto descritivo
o Exemplificação de algumas características aplicadas ao texto
o Análise de alguns excertos do livro Senhora, de José de Alencar
o Compreensão de Texto: Canção do Exílio

As três gerações românticas (esboço):
1ª Geração: Nacionalista, indianista e religiosa. Nela se destacam os poetas Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
2ª Geração: Marcada pelo "maç do século", apresenta egocentrismo exacerbado, pessimismo e atração pela morte. Seus principais representantes são: Álvares de Azevedo, Casimiro de abreu Fagundes Varela e Junqueira Freire.
3ª Geração; Formada pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de cunho político e social. A maior expressão desse grupo é Castro Alves.

Características da linguagem romântica

As características mais comuns são:

Subjetivismo: Trata de assuntos de forma pessoal (função expressiva da linguagem)
Idealização: Acentua algumas características, exagerandos-as
Fusão do grotesco e do sublime: o romântico defende a fusão do grotesco (feio) com o sublime (o bonito), contrariamente ao belo, que perdurou por muito tempo na arte, por orientação do modelo clássico greco.
Sentimentalismo: A relação entre o romântico e o mundo sempre ocorre através da emoção. Assim estarão presentes a saudade, a tristeza, a desilusão.
Egocentrismo: A volta para o eu, postura narcisista (de Narciso, o personagem da mitologia grega que contemplou a si próprio, nas águas de um rio).
Medievalismo: Os românticos voltaram-se para as origens de seu próprio país e de seu povo. No Brasil, o índio representa o nosso passado medieval.
Indianismo: O interesse pelo índio e sua idealização estão presentes no projeto nacionalista do Romantismo Brasileiro.
Religiosidade: A tendência religiosa, voltada para o cristianismo, representa um evidente reação ao racionalismo e ao materialismo do século anterior.
Byronismo: Relativa ao poeta inglês Lord Byron, foi uma atitude amplamente praticada pelos românticos brasileiros da segunda geração (entre os anos 50 e 60 do século passado). Foi um estilo de vida boêmia, voltada para o vício, para os prazeres da bebida, do fumo e do sexo, caracterizadapelo egocentrismo, narcisismo pessimismo, angústia,
Condoreirismo: É a poesia político-social do Romantismo, cultivada pelos poetas da terceira e última geração romântica no Brasil (anos 70 do século XIX). Influenciados pelo escritor francês Victor Hugo, os condoreiros defendiam a justiçã social e a liberdade. No Brasil o maior representante foi Castro Alves, que escreveu entre outros, o poema Navio negreiro. O termo condoreirismo vem de condor - significando assim, algo que alça altos vôos, à semelhança desse grande pássaro.

Um estudo a partir de texto descritivo:

Há diferença entre os termos Romantismo e romantismo – com a inicial maiúscula e minúsculas. Observe o texto abaixo. ele trata das origens do romance e da permanência do romantismo.

“A fotonovela e a novela de televisão desempenham, no século XX, papel semelhante àquele do romance do século XIX.
O romance, tal como o conhecemos hoje, surgiu no final do século XVIII. De início, era ainda considerado um tipo “inferior” de literatura, consumido por um público menos intelectualizado, menos exigente que a aristocracia. Esse público era a burguesia, que se consolidou com a Revolução Francesa. Sem preparo intelectual, o burguês não conhecia as convenções da literatura clássica – como a mitologia, a Antigüidade histórica , as regras dos gêneros literários. Eram leitores que apreciavam sobretudo obras que despertavam a emoção, em detrimento daquelas que estimulavam a razão. Além disso, preferiam ver nas obras literárias, tanto em prosa quanto em verso, referências às coisas locais e regionais, em vez de referências a fatos ou idéias universais, como era comum na literatura clássica. Foi para atender à expectativa desse público que surgiu o romance.
O romance é, portanto, uma espécie do gênero narrativo cuja forma e intenção têm raízes burguesas. Não apresenta antepassados na literatura greco–latina”.


Análise do texto:


1.Em relação à literatura no século XIX, pode-se afirmar:
§ A Literatura era objeto de consumo de ” um público menos intelectual ”.
§ O romance tinha a função de entretenimento, que foi substituída,hoje, pelas telenovelas.
2. Em relação às origens do Romantismo, conforme o texto acima ainda pode-se afirmar:
§ A aristocracia consumia uma forma de literatura , cuja compreensão exigia maior conhecimento da antigüidade clássica.
§ A burguesia era uma classe de pessoas que não mostrava interesse por temas clássicos.
§ A realidade vivencial e aspectos regionais eram temas preferidos pelos românticos.
§ Fatos ou idéias universais não estavam sempre presentes nos romances românticos, pois, conquanto fosse um tema clássico, esta distante da realidade palpável do romântico.
§ O romance surgiu para veicular ideais da literatura romântica.
3. Aspectos filosóficos:
3.1. Foi um ideal de liberdade, que professava através de sua ideologia, a necessidade de o País se auto-afirmar como nação, expressando esses ideais nacionalistas através da arte.
3.2. O romântico expressava, com freqüência, evasão e devaneio na busca de seus ideais.
3.3. O indianismo é uma das formas mais representativas do nosso nacionalismo literário no Romantismo.
3.4. O índio é o nosso “herói grandioso” da idade média, equiparando-se com os heróis evocados no romantismo europeu.
3.5. Valorização da natureza como refúgio seguro e aceitação do mistério, também são dois importantes temas românticos.

Exemplificação de algumas características aplicadas ao texto:

4. Leia o texto de Gonçalves Dias, a seguir, e reflita sobre os aspectos abaixo:

“Mas eu, que vago solto, como a folha,
Como o fumo sutil; que não limito
Nos términos da terra os meus desejos,
Folgo de ver os renques do sepulcro
No chão da morte largamente esparso!

4.1. O texto expressa grande solidão do eu-poético diante de temas da vida.
4.2. O mal-do-século, ou pessimismo, (característica da 2ª geração romântica), também se faz notar neste texto.
4.3. O texto acima expressa subjetividade (impressões do eu-lírico).
4.4. O autor revela um certo prazer em sentir-se melancólico.


Análise de alguns excertos do livro Senhora, de José de Alencar
Os fragmentos das questões de I a III são parte do romance “Senhora” , de José de Alencar. O Tema básico do livro é o casamento por interesse e a discutível moral burguesa, que o apóia e incentiva. Com vista à análise literária desse romance feita em aula, julgue os itens que se seguem.

( I ) Senhora

“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.
Era rica e formosa.
Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
(...)
Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D.Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse.
Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade do que a velha parenta.
A convicção geral era que o futuro da moça dependia exclusivamente de suas inclinações ou de seu capricho; e por isso todas as adorações se iam prostrar aos próprios pés do ídolo”.

1. No fragmento anterior, a personagem é descrita, inicialmente, como inatingível, (“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela”), distante da realidade, após a sua nomeação, é que ela ganha um aspecto mais real, concreto.
2. Lemos, o tutor e tio de Aurélia, tem com ela uma relação marcada pela estima de parentesco.
3. No trecho apresentado, nota-se a crítica de Alencar à sociedade daquela época, que não admitia a emancipação e as moças se faziam acompanhar pelos pais ou parentes.


(II) – Senhora.

Leia o diálogo a seguir.

“- Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída: o senhor, um homem vendido.
- Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
- Vendido, sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável ás mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer”.

1. A primeira fala de Aurélia faz menção ao papel teatral que ela e o marido desempenham. Em presença de outros fingem um casamento amoroso. Na intimidade, se digladiam com diálogos ferinos.
2. Nesse trecho, vemos que Seixas reúne as condições morais de um herói tipicamente romântico: deixa-se comprar; encara o casamento como meio de ascensão social.
3. Inicialmente, o marido se mostra vulnerável; com o passar do tempo, o desprezo de Aurélia torna Seixas forte a ponto de enfrentar a esposa.
4. Em sua Segunda fala, Aurélia expressa um dos valores da família burguesa do século XIX: o casamento é a realização maior da mulher.
5. O narrador não é, necessariamente, um mero observador externo, sem acesso ao que se passa no íntimo dos personagens – Compare com o segundo parágrafo do texto seguinte.

(III) – Senhora.

“-Oh! Ninguém o sabe melhor do que eu, que espécie de amor é esse, que se usa na sociedade e que se compra e vende por uma transação mercantil, chamada casamento!... O outro, aquele que eu sonhei outrora, esse bem sei que não o dá todo o ouro do mundo! Por ele, por um dia, por uma hora dessa bem-aventurança, sacrificaria não só a riqueza, que nada vale, porém minha vida, e creio que minha alma!
Aurélia, no afogo destas palavras que lhe brotavam do seio agitado, retirara a mão do braço de Seixas; ao terminar voltara-se rapidamente para esconder a veemência do afeto que lhe incendiara o olhar e as faces.

Veja a análise deste último texto, relacionada com todo o romance de Senhora:

1. A fala de Aurélia revela a supervalorização do amor, sentimento que lhe parece mais importante que a própria vida.
2. A titulagem das partes de Senhora – verifique no seu próprio livro - expressa o caráter de transação comercial que o casamento adquire na sociedade da época.
3. No desfecho do romance, Aurélia dá prova de que sacrificou toda a sua riqueza em troca do amor verdadeiro.

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“Muita gente Não teria amado se não tivesse lido livros de amor...”


Compreensão: Canção do exílio
Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida;
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.



Atividades

1. Durante a era Clássica, as composições de forma fixa, como o soneto e o decassílabo, forma bastante utilizadas. No Barroco e no Arcadismo brasileiros, predominou uma língua fortemente marcada pela influência lusitana.
Observe a linguagem e a estrutura formal do poema de Gonçalves Dias.
a. Como se caracterizam o vocabulário e as construções frasais do poema?
b. Identifique no poema uma palavra de origem tupi. Se necessário, consulte o dicionário.
c. Faça a escansão de alguns versos do poema. Que tipo de verso foi empregado?
d. Observe a métrica destes versos populares, de autoria desconhecida:

a) Teresinha de Jesus
De uma queda foi ao chão.

b) Batatinha quando nasce
Esparrama pelo chão

Note que é a mesma métrica empregada por Gonçalves Dias. Qual deve ter sido a intenção do autor ao fazer seu poema com esse tipo de verso?
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...........................................................................................................

2. O poema apresenta uma forte musicalidade. Manuel Bandeira, poeta modernista do século XX, chegou a afirmar sobre ele: “É uma poesia cujo encanto verbal desaparece quando traduzida para outra língua. Desaparece mesmo quando dita com a pronúncia portuguesa”. Essa musicalidade, portanto, tem a ver com o jeito de falar brasileiro e também com certos recursos, como as rimas e o ritmo.
a. Que palavras rimam entre si?
b. Observe o ritmo do 1º verso da 1ª estrofe:

Note que, nesse verso, as sílabas acentuadas (fortes) são a 3ª e a 7ª. Como se dá o ritmo nos demais versos da mesma estrofe ..........................................................................................
..........................................................................................
.
c. Os movimentos literários de orientação clássica sempre se prenderam aos modelos greco-latinos. Levando em conta os aspectos formais observados na “Canção do exílio” – musicalidade, busca de métricas populares, emprego de palavra indígena -, qual das seguintes afirmações pode ser feita a propósito do Romantismo?
§ Apresenta maior liberdade de expressão.
§ Ainda se prende aos modelos clássicos.
§ Desliga-se parcialmente dos modelos clássicos.

3. Todo o poema se articula em torno da oposição entre dois espaços: a pátria ( o Brasil) e o exílio (Portugal).
e. Que palavras do texto evidenciam essa antítese?
f. O eu lírico retrata esses espaços de forma objetiva e impessoal, isto é, como eles realmente são, ou de forma subjetiva e pessoal, isto é, da forma como pensa e sente que eles são?
g. Que sentimento o eu lírico manifesta ter em relação à pátria?

(PROPOSTA: http://prof.saulo.vilabol.uol.com.br/Romantismo.html#As três gerações românticas)



SEGUNDA TAREFA:
TENHO CERTEZA QUE VOCÊ JÁ LEU OS LIVROS SENHORA E IRACEMA, AMBOS DE JOSÉ DE ALENCAR.

AGORA DESENVOLVA AS QUESTÕES SUGERIDAS POR VÁRIAS INSTITUIÇÕES EDUCACACIONAIS BRASILEIRAS.

1. (PUC-SP) A questão central, proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento. Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que não condiz com o enredo do romance:

a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes: preço, quitação, posse, resgate.
b) Aurélia Camargo, preferida por Fernando Seixas, compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao constrangimento de uma união por interesse.
c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências sociais devem ser mantidas.
d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante governado pelo dinheiro.
e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele, o amor tudo vence.


2. (FATEC) “Seixas aproximou-se do toucador, levado por indefinível impulso; e entrou a contemplar minuciosamente os objetos colocados em cima da mesa de mármore; lavores de marfim, vasos e grupos de porcelana fosca, taças de cristal lapidado, jóias do mais apurado gosto.
À proporção que se absorvia nesse exame, ia como ressurgindo à sua existência anterior, a que vivera até o momento do cataclismo que o submergira. Sentia-se renascer para esse fino e delicado materialismo, que tinha para seu espírito aristocrático tão poderosa sedução e tão meiga voluptuosidade.
Todos esses mimos da arte pareciam-lhe estranhos e despertavam nele ignotas emoções; tal era o abismo que o separava do recente passado. Era com uma sofreguidão pueril que os examinava um por um, não sabendo em qual se fixar. Fazia cintilar os brilhantes aos raios de luz; e aspirava a fragrância que se exalava dos frascos de perfume com um inefável prazer.
Nessa fútil ocupação demorou-se tempo esquecido. Porventura sua memória atraída pelas reminiscências que suscitavam objetos idênticos a esses, remontava o curso de sua existência, e descendo-o, depois o trazia àquela noite fatal em que se achava e à pungente realidade desse momento.
Recuou com um gesto de repulsão.” (José de Alencar, Senhora)

Considerando este trecho no contexto da obra a que pertence, é correto afirmar que, nele, a personagem Fernando Seixas:

a) rejeita os objetos que o cercam, porque deseja conquistar posição elevada em ambientes
b) dá-se conta de que aqueles objetos, que tanto valorizara, nesse momento eram a comprovação dos erros que praticara.
c) experimenta o fascínio por objetos luxuosos que não são seus e decide lutar para conseguir possuí-los.
d) sente renascer nele a revolta por não dispor de meios econômicos para possuir objetos
luxuosos.
e) relembra infantilmente sua existência anterior, quando podia usufruir do luxo que agora perdia, e lamenta sua situação atual.


3. (ITA) O romance Senhora (1875) é uma das obras mais representativas da ficção de José de Alencar. Nesse livro, encontramos a formulação do ideal do amor romântico: o amor verdadeiro e absoluto, quando pode se realizar, leva ao casamento feliz e indissolúvel. Isso se confirma, nessa obra, pelo fato de:

a) o par romântico central — Aurélia e Seixas — se casar no início do romance, pois se apaixonam assim que se conhecem.
b) o amor de Aurélia e Seixas surgir imediatamente no primeiro encontro e permanecer intenso até o fim do livro, quando o casal se une efetivamente.
c) o casal Aurélia e Seixas precisar vencer os preconceitos sócio-econômicos para se casar, pois ela é pobre e ele é rico.
d) a união efetiva só se realizar no final da obra, após a recuperação moral de Seixas, que o torna digno do amor de Aurélia.
e) o enriquecimento repentino de Aurélia possibilitar que ela se case com Seixas, fatos que são expostos logo no início do livro.


4. (UNIFESP) Leia o trecho a seguir, de José de Alencar.

Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão.
Assim costumava ela indicar o merecimento relativo de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia contava os seus adoradores pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial.

O romance Senhora, ilustrado pelo trecho:

a) representa o romance urbano de Alencar. A reação de ironia e desprezo com que Aurélia trata seus pretendentes, vistos sob a ótica do mercado matrimonial, tematiza o casamento como forma de ascensão social.
b) mescla o regionalismo e o indianismo, temas recorrentes na obra de Alencar. Nele, o escritor tematiza, com escárnio, as relações sentimentais entre pessoas de classes sociais distintas, em que o pretendente é considerado pelo seu valor monetário.
c) é obra ilustrativa do regionalismo romântico brasileiro. A história de Aurélia e de seus pretendentes mostra a concepção do amor, em linguagem financeira, como forma de privilégio monetário, além de explorar as relações extraconjugais.
d) denuncia as relações humanas, em especial as conjugais, como responsáveis por levar as pessoas à tristeza e à solidão dada a superficialidade e ao interesse com que elas se estabelecem. Trata-se de um romance urbano de Alencar.
e) tematiza o adultério e a prostituição feminina, representados pelo interesse financeiro como forma de se ascender socialmente. Essa obra explora tanto aspectos do regionalismo nacional como os valores da vida urbana.


5. (PUC-SP) A questão central, proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento. Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que não condiz com o enredo do romance:

a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes: preço, quitação, posse, resgate.
b) Aurélia Camargo, preterida por Fernando Seixas, compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao constrangimento de uma união por interesse.
c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências sociais devem ser mantidas.
d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante governado pelo dinheiro.
e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele, o amor tudo vence.

6. (UEL) Sobre o romance Senhora, de José de Alencar, é correto afirmar:

a) Representando a chamada primeira geração romântica indianista, a obra tem como características mais relevantes a volta ao passado histórico, o medievalismo, a criação do herói nacional e a religiosidade.
b) Alguns ingredientes do Romantismo que podem ser apontados no romance Senhora são: personagens dominadas por instintos, preocupação com classes sociais marginalizadas e apresentação de uma condição biológica do mundo.
c) É evidente o paralelo temático entre Senhora e Inocência, romances de José de Alencar e Visconde de Taunay, respectivamente. Em ambos, o recurso à paisagem, à fauna e à flora destina-se a compor as personagens e serve para circunscrever a essência da prosa realista brasileira.
d) O livro Senhora origina-se das propostas nacionalistas do movimento romântico porque apresenta uma tendência à representação da cultura popular e propõe a volta às origens da nação brasileira.
e) Nesse romance os protagonistas mantêm um conflito ao longo da narrativa, revelando uma oposição entre o mundo do amor e o do dinheiro. Com isso, a obra traz marcas da sociedade burguesa brasileira em formação.


7. (UNEAL 2007) A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios c omo aço.
— Aurélia! Que significa isto?
— Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada.
Podemos ter esse orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entretemos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.
— Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d'alma.
— Vendido sim; não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem mil cruzeiros, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.
Aurélia proferiu estas palavras desdobrando um papel no qual Seixas reconheceu a obrigação por ele passada ao Lemos. José de Alencar, Senhora

O texto acima está contido na primeira parte do romance Senhora, de José de Alencar. Sobre o trecho e sobre esse romance, analise os enunciados abaixo.

1) O livro se divide em quatro partes, sendo a primeira delas intitulada "O Preço", de onde foi retirado o texto; nela, Aurélia revela a Fernando Seixas que o comprara pelo valor de um dote.

2) As partes intituladas "O Preço", "Quitação", "Posse' e ""Resgate" remetem o leitor ao universo capitalista de mercado e compreendem, ao mesmo tempo, a história do romance, ao sugerir que as relações sociais são mediadas pelo valor de troca.

3) No texto, ao dizer a Seixas que os dois estão representando uma comédia, Aurélia demonstra sua lucidez por meio do sarcasmo: como todos no meio social, ela e o esposo representarão felicidade para os demais, apesar de não se sentirem felizes.

4) Embora analise as relações sociais sob uma perspectiva mais realista, o romance Senhora trai sua condição romântica, na medida em que, no desfecho, a protagonista esquece o passado em nome do verdadeiro amor.

Estão corretas:

a) 1 e 3 apenas
b) 2, 3 e 4 apenas
c) 3 e 4 apenas
d) 1, 2, 3 e 4
e) 1, 2 e 4 apenas


8. (UFMG) "O vestido de Aurélia encheu a carruagem e submergiu o marido; o que lhe aparecia do semblante e do busto ficava inteiramente ofuscado [...]. Ninguém o via..." ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: DCL, 2005. p. 96. (Grandes Nomes da Literatura)

Considerando-se o personagem referido – Fernando, o marido de Aurélia –, é CORRETO afirmar que a passagem transcrita contém a imagem

a) da anulação de sua individualidade, transformado que fora, como marido, em objeto ou mercadoria.
b) da sua tomada de consciência da futilidade da sociedade, que preza sobretudo a beleza física e a riqueza.
c) do ciúme exacerbado, ainda que secreto, que sente da esposa, por duvidar de que ela realmente o ame.
d) do orgulho que sente da beleza deslumbrante da esposa, ressaltada nessa ocasião por seus trajes luxuosos.


9. (UFMG) No romance Senhora, ocorrem choques entre "duas almas, que uma fatalidade prendera, para arrojá-las uma contra outra..." (ALENCAR, Senhora, p.131.)

Assinale a alternativa em que o par de idéias conflitantes NÃO se entrelaça, na narrativa, aos choques entre Aurélia e Seixas.
a) Amor idealizado X casamento por interesse
b) Condição modesta de vida X ostentação de riqueza
c) Contemplação religiosa X divertimento mundano
d) Qualidades morais elevadas X comportamentos aviltantes


10. (UFBA) Daí o terror que sentia ao ver-se próxima desse abismo de abjeções, e o afastamento a que se desejava condenar. Bem vezes revoltavam-lhe a alma as indignidades de que era vítima, e até mesmo as vilanias cujo eco chegava a seu obscuro retiro. Mas que podia ela, frágil menina, em véspera de orfandade e abandono, contra a formidável besta de mil cabeças?
Quando a riqueza veio surpreendê-la, a ela que não tinha mais com quem a partilhar, seu primeiro pensamento foi que era uma arma. Deus lha enviava para dar combate a essa sociedade corrompida, e vingar os sentimentos nobres escarnecidos pela turba dos agiotas.
Preparou-se pois para a luta, à qual talvez a impelisse principalmente a idéia do casamento que veio a realizar mais tarde. Quem sabe, se não era o aviltamento de Fernando Seixas que ela punia com o escárnio e a humilhação de todos os seus adoradores?

ALENCAR, José de. Senhora. In: COUTINHO, Afrânio et al. (Org.). José de Alencar: ficção completa e outros escritos. 3. ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1965. v. I, p. 742. (Biblioteca Luso-Brasileira. Série Brasileira).

A partir da leitura do romance e de acordo com o fragmento transcrito, pode-se concluir:

(01) Aurélia se sente aterrorizada diante da possibilidade de viver na miséria.
(02) O dinheiro, para Aurélia, funciona como instrumento de combate à torpeza de um meio social sem valores éticos.
(04) O texto prenuncia a mudança de atitude da personagem, que se submete ao poder da fortuna.
(08) Aurélia, ao rejeitar o assédio de seus pretendentes, está desdenhando o homem a quem ama.
(16) Existe um contraste entre a visão que Aurélia tem da sociedade carioca e os princípios morais que ela defende.
(32) O narrador, falando de Aurélia, antecipa fatos que se concretizarão no futuro.
(64) Aurélia, desiludida com a crueldade do mundo, decide afastar-se do convívio social.

11. (UFBA) No geral conceito, esse único filho varão devia ser o amparo da família, órfã de seu chefe natural. Não o entendiam assim aquelas três criaturas, que se desviviam pelo ente querido. Seu destino resumia-se em fazê-lo feliz; não que elas pensassem isto, e fossem capazes de o exprimir; mas faziam-no.
Que um moço tão bonito e prendado como o seu Fernandinho se vestisse no rigor da moda e com a maior elegância; que em vez de ficar em casa aborrecido, procurasse os divertimentos e a convivência dos camaradas; que em suma fizesse sempre na sociedade a melhor figura, era para aquelas senhoras não somente justo e natural, mas indispensável.
[...]
Dessa vida faustosa, que ostentava na sociedade, trazia Seixas para a intimidade da família não só as provas materiais, mas as confidências e seduções. Era então muito moço; e não pensou no perigo que havia, de acordar no coração virgem das irmãs desejos que podiam supliciá-las. Quando mais tarde a razão devia adverti-lo, já o doce hábito das confidências a havia adormecido.
Felizmente D. Camila tinha dado a suas filhas a mesma vigorosa educação que recebera; a antiga educação brasileira, já bem rara em nossos dias, que, se não fazia donzelas românticas, preparava a mulher para as sublimes abnegações que protegem a família, e fazem da humilde casa um santuário.
Mariquinhas, mais velha que Fernando, vira escoarem-se os anos da mocidade, com serena resignação. Se alguém se lembrava de que o outono, que é a estação nupcial, ia passando sem esperança de casamento, não era ela, mas a mãe, D. Camila, que sentia apertar-se-lhe o coração, quando lhe notava o desdobre da mocidade.
Também Fernando algumas vezes a acompanhava nessa mágoa; mas nele breve a apagava o bulício do mundo.
Nicota, mais moça e também mais linda, ainda estava na flor da idade; mas já tocava aos vinte anos, e com a vida concentrada que tinha a família, não era fácil que aparecessem pretendentes à mão de uma menina pobre e sem proteções. Por isso cresciam as inquietações e tristezas da boa mãe, ao pensar que também esta filha estaria condenada à mesquinha sorte do aleijão social, que se chama celibato.
ALENCAR, José de. Senhora. In: José de Alencar: ficção completa e outros escritos. 3. ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1965. v. I, p. 684-685. (Biblioteca Luso-Brasileira. Série Brasileira).

Dentre as idéias focalizadas na obra, têm comprovação no texto as proposições

(01) A narrativa apresenta censura à sociedade da época por não preparar devidamente a mulher para exercer o papel que lhe é reservado.
(02) O narrador põe a nu uma visão de mundo patriarcalista, no que tange aos papéis sociais atribuídos ao homem e à mulher.
(04) A vida que Seixas e sua família levavam obedecia às regras sociais que vigoravam na época.
(08) A existência de uma oposição entre a vida do lar e a realidade mundana está evidenciada no fragmento.
(16) Fernando Seixas é caracterizado como um ser humano de caráter e de sentimentos nobres, além de generoso com sua família.
(32) O casamento aparece como um contrato em que o dote da mulher e o prestígio social de sua família são pré-requisitos essenciais.
(64) O narrador mantém-se impessoal, seguindo os padrões narrativos então vigentes.



IRACEMA DE JOSÉ DE ALENCAR O enredo de Iracema relata alegoricamente a formação do povo brasileiro. Iracema, a índia, apaixona-se por Martim, o colonizador português; e desse amor nasce Moacir, o primeiro cearense e, simbolicamente, nosso povo.



1. (UEL) Examine as proposições a seguir e assinale a alternativa INCORRETA.

(A) A relevância da obra de José de Alencar no contexto romântico decorre, em grande parte, da idealização dos elementos considerados como genuinamente brasileiros, notadamente a natureza e o índio. Essa atitude impulsionou o nacionalismo nascente, por ser uma forma de reação política, social e literária contra Portugal.
(B) Ao lado de O guarani e Ubirajara, Iracema representa um mito de fundação do Brasil. Nessas obras, a descrição da natureza brasileira possui inúmeras funções, com destaque para a "cor local", isto é, o elemento particular que o escritor imprimia à literatura, acreditando contribuir para a sua nacionalização.
(C) Embora tendo sido escrito no período romântico, Iracema apresenta traços da ficção naturalista tanto na criação das personagens quanto na tematização dos problemas do país.
(D) A leitura de Iracema revela a importância do índio na literatura romântica. Entretanto, sabe-se que a presença do índio não se restringiu a esse contexto literário, tendo desembocado inclusive no Modernismo, por intermédio de escritores como Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
(E) O contraponto poético da prosa indianista de Alencar é constituído pela lírica de Gonçalves Dias. Indiscutivelmente, em "O canto do guerreiro" e em "O canto do piaga", dentre outros poemas, o índio é apresentado de maneira idealizada, numa perpetuação da imagem heróica e sublime adequada aos ideais românticos.


2. (UFU-MG) Sobre Iracema, de José de Alencar, podemos dizer que:

1) as cenas de amor carnal entre Iracema e Martim são de tal forma construídas que o leitor as percebe com vivacidade, porque tudo é narrado de forma explícita.
2) em Iracema temos o nascimento lendário do Ceará, a história de amor entre Iracema e Martim e as manifestações de ódio das tribos tabajara e potiguara.
3) Moacir é o filho nascido da união de Iracema e Martim. De maneira simbólica ele representa o homem brasileiro, fruto do índio e do branco.
4) a linguagem do romance Iracema é altamente poética, embora o texto esteja em prosa. Alencar consegue belos efeitos lingüísticos ao abusar de imagens sobre imagens, comparações sobre comparações.

Assinale:

(A) se apenas 2 e 4 estiverem corretas.
(B) se apenas 2 e 3 estiverem corretas.
(C) se 2, 3 e 4 estiverem corretas.
(D) se 1, 3 e 4 estiverem corretas.


3. (PUC-SP) A próxima questão refere-se ao texto abaixo.

Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;
Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.

Esse trecho é o início do romance Iracema, de José de Alencar. Dele, como um todo, é possível afirmar que:

(A) Iracema é uma lenda criada por Alencar para explicar poeticamente as origens das raças indígenas da América.
(B) as personagens Iracema, Martim e Moacir participam da luta fratricida entre os Tabajaras e os Pitiguaras.
(C) o romance, elaborado com recursos de linguagem figurada, é considerado o exemplar mais perfeito da prosa poética na ficção romântica brasileira.
(D) o nome da personagem-título é anagrama de América e essa relação caracteriza a obra como um romance histórico.
(E) a palavra Iracema é o resultado da aglutinação de duas outras da língua guarani e significa “lábios de fel”.

4. (UNICAMP) O trecho abaixo foi extraído de Iracema. Ele reproduz a reação e as últimas palavras de Batuiretê antes de morrer:

O velho soabriu as pesadas pálpebras, e passou do neto ao estrangeiro um olhar baço. Depois o peito arquejou e os lábios murmuraram:
– Tupã quis que estes olhos vissem antes de se apagarem, o gavião branco junto da narceja.
O abaeté derrubou a fronte aos peitos, e não falou mais, nem mais se moveu.
(José de Alencar, Iracema: lenda do Ceará. Rio de Janeiro: MEC/INL, 1965, p. 171-172.)

A) Quem é Batuiretê?

B) Identifique os personagens a quem ele se dirige e indique os papéis que desempenham no romance.

C) Explique o sentido da metáfora empregada por Batuiretê em sua fala

5. (PUC) Considere os dois fragmentos extraídos de Iracema, de José de Alencar.

I. Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela? Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano? Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora. Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.

II. O cajueiro floresceu quatro vezes depois que Martim partiu das praias do Ceará, levando no frágil barco o filho e o cão fiel. A jandaia não quis deixar a terra onde repousava sua amiga e senhora. O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a predestinação de uma raça?

Ambos apresentam índices do que poderia ter acontecido no enredo do romance, já que constituem o começo e o fim da narrativa de Alencar. Desse modo, é possível presumir que o enredo apresenta

A) o relacionamento amoroso de Iracema e Martim, a índia e o branco, de cuja união nasceu Moacir, e que alegoriza o processo de conquista e colonização do Brasil.
B) as guerras entre as tribos tabajara e pitiguara pela conquista e preservação do território brasileiro contra o invasor estrangeiro.
C) o rapto de Iracema pelo branco português Martim como forma de enfraquecer os adversários e levar a um pacto entre o branco colonizador e o selvagem dono da terra.
D) a vingança de Martim, desbaratando o povo de Iracema, por ter sido flechado pela índia dos lábios de mel em plena floresta e ter-se tornado prisioneiro de sua tribo.
E) a morte de Iracema, após o nascimento de Moacir, e seu sepultamento junto a uma carnaúba, na fronde da qual canta ainda a jandaia.

RECADOS PARA AS 6ªs SÉRIES


6ªs SÉRIES, A CLASSE JÁ FOI DIVIDIDA EM GRUPO PARA AS ATIVIDADES DE LEITURA DO 2º SEMESTRE. AGORA MÃOS À OBRA...

PRIMEIRO RECADO


APÓS A ESCOLHA DO LIVRO NA BIBLIOTECA ESCOLAR, DENTRE A LISTA NO FINAL DA PROPOSTA DE TRABALHO, DESENVOLVA AS SEGUINTES ATIVIDADES:

ANTES MESMO DE LER O LIVRO, ACREDITO QUE VOCÊ POSSA RESPONDER A ESSAS PERGUNTAS:

a. Quem é o autor do livro?
b. Quando essa história foi escrita? Para quem?
c. O livro possui gravuras? Quem o ilustrou?
d. Houve revisão? O que é fazer revisão de um livro?
e. Que editora publicou a história? Pertence a alguma coleção? Qual?
f. Para que tipos de leitores?
g. Que informações se encontram na quarta-capa?
h. O livro tem orelha? Que informações lá se encontram?
i. Imagine como são as histórias dos livros escolhidos, com base na imagem, no título, no conhecimento que cada um já possui sobre o assunto ou no interesse pelo tema. Exponham as idéias.
j. Folheie o livro e descubra se há alguma informação sobre o autor. Onde se encontra essa informação? O autor ainda vive? Escreveu outros livros? Onde nasceu? Já leu outro(s) livro(s) desse autor?
k. Faça uma pequena biografia do autor do livro.

É SÓ ESCOLHER...

1. DO ESCRITOR MARCOS REY:
a. BEM-VINDOS AO RIO;
b. ENIGMA NA TELEVISÃO;
c. O MISTÉRIO DOS CINCO ESTRELAS;
d. O RAPTO DO GAROTO DE OURO;
e. SOZINHA NO MUNDO.

2. CONTOS TRADICIONAIS DO BRASIL PARA JOVENS, DE LUÍS da CÂMARA CASCUDO.
3. O GÊNIO DO CRIME, DE JOÃO CARLOS MARINHO

RECADOS PARA AS 3ºs ANOS 2009



PRIMEIRO RECADO DE MUITOS QUE VIRÂO. A MAIORIA CENTRADOS EM ATIVIDADES DE LEITURA DESENVOLVER AS ATIVIDADES SUGERIDAS E ENVIÁ-LAS PARA O EMAIL: piedadeteodoro@hotmail.com até dia 24/08/2009(DAC).


Exercício de identificar e explicar o tipo de incoerência que vê no texto:


Nesta questão ocorrem alguns fragmentos narrativos que apresentam algum tipo de incoerência. Identifique e explique o tipo de incoerência que você vê. Em seguida, reescreva-o.


Era meia-noite. Paulo preparou o despertador para acordar às seis da manhã e encarar mais um dia de trabalho. Ouvindo o rádio, percebeu que fizera sozinho a quina da loto. Fora de si, acordou toda a família e bebeu durante a noite inteira. Às quinze para as seis, sem força sequer para erguer-se da cadeira, o filho mais velho teve de carregá-lo para a cama. Não tinha mais força nem para erguer o braço.
Quando o despertador tocou, Paulo, esquecido da loteria, pôs-se imediatamente de pé e ia preparar-se para ir trabalhar. Mas o filho, rindo, disse: pai, você não precisa trabalhar nunca mais na vida.

Texto para a Leitura e interpretação

O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados; o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela.

Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos.

Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas.

Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses.

Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain, o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral. Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável.

Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão. Jorge Amado

Exercícios de compreensão

1. Padre Cabral, numa determinada passagem do texto,ordena que os alunos:
a)façam uma descrição sobre o mar;
b)descrevam os mares encapelados de Camões;
c)reescrevam o episódio do Gigante Adamastor;.
d)façam uma descrição dos mares nunca dantes navegados;
e)retirem de Camões inspiração para descrever o mar.

2. Segundo o texto, para executar o dever imposto por Padre Cabral, a classe toda usou de um certo:
a)conhecimento extraído de "As viagens de Gulliver";
b)assunto extraído de traduções de ficcionistas ingleses e franceses;
c)amor por Charles Dickens;
d)mar descrito por Mark Twain;
e)saber já feito, já explorado por célebre autor.

3.Apenas o narrador foi diferente, porque:
a)lia Camões;
b)se baseou na própria vivência;
c)conhecia os ficcionistas ingleses e franceses;
d)tinha conhecimento das obras de Mark Twain;
e)sua descrição não foi corrigida na cela de Padre Cabral.

4.O narrador confessa que no internato lhe faltava:
a)a leitura de Os Lusíadas;
b)o episódio do Adamastor;
c)liberdade e sonho;
d)vocação autêntica de escritor;
e)respeitável personalidade.

5.Todos os alunos apresentaram seus trabalhos, mas só foi um elogiado, porque revelava:
a)liberdade;
b)sonho;
c)imparcialidade;
d)originalidade;
e)resignação.

6.Por ter executado um trabalho de qualidade literária superior, o narrador adquiriu um direito que lhe agradou muito:
a)ler livros da estante de Padre Cabral;
b)rever as praias do Pontal;
c)ler sonetos camonianos;
d)conhecer mares nunca dantes navegados;
e)conhecer a cela de Padre Cabral.

7.Contudo, a felicidade alcançada pelo narrador não era plena. Havia uma pedra em seu caminho:
a)os colegas do internato;
b)a cela do Padre Cabral;
c)a prisão do internato;
d)o mar de Ilhéus;
e)as praias do Pontal.

8.Conclui-se, da leitura do texto, que:
a)o professor valorizou o trabalho dos alunos pelo esforço com que o realizaram;
b)o professor mostrou-se satisfeito porque um aluno escreveu sobre o mar de Ilhéus;
c)o professor ficou satisfeito ao ver que um de seus alunos demonstrava gosto pela leitura dos clássicos portugueses;
d)a competência de saber escrever conferia, no colégio, tanto destaque quanto a competência de ser bom atleta ou bom em matemática;
e)graças à amizade que passou a ter com Padre Cabral, o narrador do texto passou a ser uma personalidade no colégio dos jesuítas.

9.O primeiro dever... foi uma descrição... Contudo nesse texto predomina a:
a)narração;
b) dissertação;
c) descrição;
d) linguagem poética;
e) linguagem epistolar.

10. Por isso a maioria dos verbos do texto encontra-se no:
a)presente do indicativo;
b) pretérito imperfeito do indicativo;
c) pretérito perfeito do indicativo;
d) pretérito mais que perfeito do indicativo;
e) futuro do indicativo.

Releia a primeira estrofe e responda as questões de 11 a 13 Cheguei, Chegaste, Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada. E a alma de sonhos povoada eu tinha.

11.À ordem alterada, que o autor elabora no texto, em busca da eufonia e ritmo, dá-se o nome de:
a)antítese;
b)metáfora;
c)hipérbato;
d)pleonasmo;
e)assíndeto.

12.E a alma de sonhos povoada eu tinha. Na ordem direta fica:
a)E a alma povoada de sonhos eu tinha.
b)E povoada de sonhos a alma eu tinha.
c)E eu tinha povoada de sonhos a alma.
d)E eu tinha a alma povoada de sonhos.
e)E eu tinha a alma de sonhos povoados.

13.Predominam na primeira estrofe as orações:
a)substantivas;
b)adverbiais;
c)coordenadas;
d)adjetivas;
e)subjetivas.

Releia a segunda estrofe para responder as questões de 14 a 17: E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha

14.O objetivo preso (presa) refere-se a:
a)estrada;
b)vida;
c)minha mão;
d)tua mão;
e)vista.

(Sugestão: www.mundovestibular.com.br)


SEGUNDO RECADO:

Como contar a própria vida (AUTOBIOGRAFIA)
Primeiro é tua vida que será sobre os holofotes e depois pessoas que se revelam por meio da palavra literária...


Se biografia é a história da vida de alguém (já que bio é vida e grafia é texto, escrita), o que você imagina ser autobiografia? O prefixo auto quer dizer "a sim mesmo", logo o termo se refere à história da própria vida. Leia a apresentação que faz de si mesmo o escritor de livros infantis Bartolomeu Campos Queiroz:

...das saudades que não tenho
Nasci com 57 anos. Meu pai me legou seus 34, vividos com duvidosos amores, desejos escondidos. Minha mãe me destinou seus 23, marcados com traições e perdas. Assim, somados, o que herdei foi a capacidade de associar amor ao sofrimento...
Morava numa cidade pequena do interior de Minas, enfeitada de rezas, procissões, novenas e pecados. Cidade com sabor de laranja-serra-d’água, onde minha solidão já pressentida era tomada pelo vigário, professora, padrinho, beata, como exemplo de perfeição.
(...) Meu pai não passeou comigo montado em seus ombros, nem minha mãe cantou cantigas de ninar para me trazer o sono. Mesmo nascendo com 57 anos estava aos 60 obrigado ainda a ser criança. E ser menino era honrar pai com seus amores ocultos. Gostar da mãe e seus suspiros de desventuras.
(...) Tive uma educação primorosa. Minha primeira cartilha foi o olhar do meu pai, que me autorizava a comer ou não mais um doce nas festas de aniversário. Comer com a boca fechada, é claro, para ficar mais bonito e meu pai receber elogios pelo filho contido que ele tinha. E cada dia eu era visto como a mais exemplar das crianças, naquela cidade onde a liberdade nunca tinha aberto as asas sobre nós.
Mas a originalidade de minha mãe ninguém poderá desconhecer. Ela era capaz de dizer coisas que nenhuma mãe do mundo dizia, como por exemplo: – Você, quando crescer vai ter um filho igual a você. Deus há de me atender, para você passar pelo que eu estou passando. – Mãe é uma só. (...) (Bartolomeu Campos Queiroz, em Abramovich, Fanny (org.) – “O mito da infância feliz”. Summus, São Paulo, 1983).
A autobiografia de Bartolomeu Campos Queirós é marcada por uma certa tristeza e uma forte crítica tanto à educação dos pais, quanto aos costumes da cidadezinha onde nasceu. Dessa forma, ele rompe com a idéia de que criança é sempre feliz por ser inocente e não perceber os problemas da vida.
O escritor dá a entender que todos nascemos velhos, porque somos parte de vidas já vividas pelos pais e até mesmo pela sociedade - simbolizada em seu texto pela cidadezinha em que nasceu.
Também vale notar a referência irônica ao célebre poema "Meus oito anos", de Casimiro de Abreu ("Oh! que saudades que tenho/ da aurora da minha vida...)
Na biografia, a seleção dos eventos a serem apresentados é definida pelos outros, por isso, a objetividade é mais evidente que na autobiografia, em que a pessoa escolhe o que vai escrever sobre ela mesma.
Outra característica tanto da biografia quanto da biografia é a veracidade dos fatos. Costumam ser narrativas não-ficcionais, ou seja, não são histórias "inventadas". O relato dos fatos no texto autobiográfico aparece freqüentemente pontuado de lembranças, de um colorido emocional, que não é mostrado em outros tipos de textos. Predomina a subjetividade.
Compare a autobiografia reproduzida acima com a biografia de Carlos Drummond de Andrade. O que se pode concluir sobre a presença escolha dos pronomes: na biografia predomina o uso da terceira pessoa (ele), enquanto na autobiografia predomina o uso da primeira pessoa (eu). Esses usos relacionam-se à maior ou menor objetividade.
Autobiografia e sátira
Falar de si mesmo é sempre difícil... Nada como uma boa dose de bom humor para olhar para si próprio, não é mesmo? Leia como alguns autores tratam de suas biografias de forma bem-humorada.

Aí eu peguei e nasci!
Sou filho de árabe com loira e deu macaco na cabeça. E eu não tenho 56 anos. Eu tenho 18 anos. Com 38 de experiência. E eu era um menino asmático que ficava lendo Proust e ouvindo programa de terror no rádio.
Em 69 entrei pra Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Mas eu matava aula com o namorado da Wanderléa pra ir assistir o programa de rádio do Erasmo Carlos. E aí eu desisti. Senhor Juiz, Pare Agora!
E aí eu fui pra swinging London, usava calça boca de sino, cabelo comprido e assisti ao show dos Rolling Stones no Hyde Park. E fazia alguns bicos pra BBC.
Voltei. Auge do tropicalismo. Freqüentava as Dunas da Gal em Ipanema. Passei dois anos batendo palma pro pôr-do-sol e assistindo o show da Gal toda noite. E depois diz que hippie não faz nada! (...) (José Simão)
Perceba como José Simão, ao usar linguagem coloquial, expressões populares e gírias, se aproxima do leitor de jornal e da Internet ao escrever um texto descontraído e cheio de humor: "Aí eu peguei", "deu macaco na cabeça", "matava aula", "alguns bicos pra BBC", etc.
Ao escolher "fatos não nobres" de sua autobiografia, José Simão torna seu texto mais engraçado e carregado de ironia - uma boa maneira de fazer humor.
Leia a seguir a autobiografia de mais um humorista - Millôr Fernandes, um dos fundadores do famoso jornal alternativo, dos anos 60 e 70, "O Pasquim":
SUPERMERCADO MILLÔR -- ANO I - N.º 1
(Autobiografia De Mim Mesmo À Maneira De Mim Próprio)
"E lá vou eu de novo, sem freio nem pára-quedas. Saiam da frente, ou debaixo que, se não estou radioativo, muito menos estou radiopassivo. Quando me sentei para escrever vinha tão cheio de idéias que só me saíam gêmeas as palavras – reco-reco, tatibitate, ronronar, coré-coré, tom-tom, rema-rema, tintim-por-tintim. Fui obrigado a tomar uma pílula anticoncepcional. Agora estou bem, já não dói nada. Quem é que sou eu? Ah, que posso dizer? Como me espanta! Já não fazem Millôres como antigamente! Nasci pequeno e cresci aos poucos. Primeiro me fizeram os meios e, depois, as pontas. Só muito tarde cheguei aos extremos. Cabeça, tronco e membros, eis tudo. E não me revolto. Fiz três revoluções, todas perdidas. A primeira contra Deus, e ele me venceu com um sórdido milagre. A segunda com o destino, e ele me bateu, deixando-me só com seu pior enredo. A terceira contra mim mesmo, e a mim me consumi, e vim parar aqui.” (Millôr Fernandes)
1) Releia o título "Supermercado Millôr" e o subtítulo "Autobiografia de Mim Mesmo à maneira de Mim Próprio" e analise que relação pode haver entre uma autobiografia e a idéia de produto a ser vendido, como mercadoria, num supermercado.
2) Relembrando que pleonasmo é uma forma de se usar a mesma idéia de forma repetitiva e desnecessária - lembre-se dos famosos pleonasmos "subir para cima", "descer para baixo", "entrar para dentro" e "sair para fora", que, segundo a gramática, devem ser evitados.- procure, então, explicar os pleonasmos usados no subtítulo, por Millôr, confirmando a abordagem satírica de sua biografia.
3) Millôr elabora sua biografia, de forma irônica e crítica, ao usar:
• contradições/paradoxos;
• chavões ou frases feitas, recriando-os;
• criação de novas palavras, com fina ironia.
Enfim, muitas vezes, o gênero biografia pode ser uma boa desculpa para um escritor fazer crítica social ou mesmo brincar consigo mesmo e com a própria humanidade.
*Alfredina Nery é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua/linguagem/leitura.

Como contar a história da vida de alguém (BIOGRAFIA)
É verdade que Einstein foi um péssimo aluno? Como é, na intimidade, o escritor José Saramago? E Bill Gates, o criador da Microsoft, faz o que em suas horas vagas?
O gênero de texto que conta a história da vida de alguém se chama biografia (bio é vida, e grafia é escrita). É uma mistura entre jornalismo, literatura e história, em que se relata e registra a história da vida de uma pessoa, enfatizando os principais fatos. É um gênero de narrativa não-ficcional. Os fatos podem ser contados em ordem cronológica - isto é, do nascimento à morte, ou por temas (amores, derrotas, traumas etc). Não precisam ser, necessariamente, escritas. Podem ser filmes, peças de teatro etc.
Conhecer a biografia de uma personalidade permite entender um pouco melhor o tempo em que ela viveu, o que a fez ser famosa, como alcançou o sucesso, atos que podem servir de exemplo, coisas que ela fez e que você jamais faria. Também pode ser interessante conhecer sua autobiografia.
Características textuais e lingüísticas

Leia o texto biográfico que segue, que conta um pedaço da vida de um dos maiores poetas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade:

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. Descendente de uma família de fazendeiros em decadência, o poeta estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ), de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, o itabirano começou a carreira de escritor como colaborador do “Diário de Minas”, que congregava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.
Devido à insistência familiar para obter um diploma, ele se formou em farmácia na cidade de Ouro Preto, em 1925. Fundou com outros escritores “A Revista”, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas Gerais.
O escritor ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Depois, passou a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954, colaborou como cronista no “Correio da Manhã” e, a partir do início de 1969, no “Jornal do Brasil”.
(...)
Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi, seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
(...)
Alvo de admiração unânime, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro- RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade, fato que o havia deixado extremamente abatido.
1) Veja que a biografia de Drummond é um relato elaborado numa sequência temporal que entremeia fatos de sua vida e de sua carreira profissional:
a) 1º e 2º parágrafos: origem, estudos e carreira - no serviço público e como escritor. Nesses dois parágrafos, os fatos da biografia são relatados de forma mais neutra.
b) 3º e 4º parágrafos: fatos da vida e obra do poeta, ressaltando sua fama literária. Esses trechos já emitem opinião a respeito do biografado, especialmente pelos usos de:
• enumeração das línguas em que a obra de Drummond foi traduzida, indicando seu papel internacional;
• advérbio "seguramente" através do qual é evidenciado um argumento sobre a importância do poeta;
• adjetivo superlativo: "mais influente". O poeta não é só influente, mas "mais influente”, o que intensifica o qualificador;
• adjetivo "unânime" referindo-se ao substantivo "admiração", também com conotação elogiosa ao poeta.
2) Releia a biografia e repare que há várias formas de se referir ao biografado, em substituição a seu nome: "Drummond", "o poeta", "o itabirano", "ele" e verbos com o sujeito oculto. Essas substituições representam um tipo de coesão textual. A fim de evitar a repetição de termo já referido, outras palavras retomam o já dito e vão ajudando a construir o texto, articulando-o.
3) Veja que a expressão "insubordinação mental" como causa da expulsão de Drummond da escola jesuítica, está escrita entre aspas. Qual seria a intenção desse uso? Dado o reconhecimento literário que se deu na vida do poeta, podemos considerar que é uma maneira de marcar de modo irônico a maneira inovadora de pensar do poeta, não é mesmo?
4) Analise agora os verbos usados no texto:
• nasceu, estudou, foi expulso, começou, se formou, fundou, ingressou, transferiu-se, passou a trabalhar, se aposentou, colaborou, foi, morreu.
Veja que predominam verbos de ação, numa determinada seqüência, como é próprio de uma biografia, feita de forma tradicional.
Características da biografia

Podemos afirmar que na biografia:
• os acontecimentos devem estar ordenados em seqüência temporal, ou seja, do mais antigo para o mais recente;
• deve haver um trabalho prévio de seleção das informações, que possam ser consideradas relevantes para o leitor.
• deve-se evitar julgamentos de valor, expressões adjetivas que indiquem a opinião do autor a respeito das informações que apresenta.
Biografia e crítica social
Mas será que só há biografias de pessoas famosas? Bem, sabemos que a história muda dependendo de quem a conta. Quando a história é contada pelo vencedor, costumam-se enfatizaros positivos para ele. Numa outra perspectiva, entende-se história também como ação de todas as pessoas, na relação entre as diferentes classes sociais.
Leia a seguir a biografia de uma mulher, Carolina Maria de Jesus, que morava numa favela e que escreveu um livro de muito sucesso na década de 1960: "Quarto de despejo".
Cinderela negra - A saga de Carolina Maria de Jesus
Carolina Maria de Jesus foi uma figura ímpar. Viveu sozinha, com três filhos – um de cada pai – em uma favela na cidade de São Paulo, desde 1947. Descendente de escravos africanos, nasceu em 1914, em Sacramento, um vilarejo rural no Estado de Minas Gerias e foi à escola apenas até o segundo ano primário. Trabalhou na roça com a mãe, desde muito cedo. Depois, ambas foram empregadas domésticas.
Já em São Paulo, na favela do Canindé, como catadora de papel e mãe de três filhos, escrevia folhas e folhas de histórias reais e imaginadas. Um dia, um jovem jornalista teve acesso a estes escritos e conseguiu ajudá-la a publicar o seu “Quarto de despejo”, em 1960. O sucesso foi imediato. Vendeu o equivalente, naquele ano, a Jorge Amado. Seu livro foi publicado em 13 línguas, em mais de 40 países
Porém, sua trajetória, até a morte na década de 70, foi incomum e perturbadora. Carolina não se “enquadrou” como escritora famosa.(...). Em pouco tempo, ela foi forçada a voltar à condição de pobre, com dificuldades de sobrevivência. Na miséria viu terminarem seus dias, em 1977.
Adaptado do livro “Cinderela negra - A saga de Carolina Maria de Jesus”, de José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert M. Levine, Editora(da UERJ, Rio de Janeiro, 1994)
Os autores da biografia de Carolina de Jesus já antecipam ao leitor, pelo título, do que vão tratar:
• há uma comparação entre Carolina e a personagem "Cinderela" do famoso conto de fadas, a partir da idéia de transformação. Assim como Cinderela vivia nas cinzas e foi transformada, por uma fada, numa linda mulher por quem o príncipe se apaixonou, Carolina viveu seus dias de gata borralheira, mas também seu tempo de fama, como escritora;
• o uso da expressão "Cinderela negra" traz uma realidade social brasileira, em geral, permeada de preconceito e racismo;
• o termo "saga" no título já prenuncia a vida heróica de uma mulher do povo, feito Carolina, que venceu muitos obstáculos para sobreviver, quanto mais para viver e ser uma escritora.
Após o estudo sobre o conceito e característica de uma bibliografia, é hora de colocar a mão na massa...

1. Primeiramente, faça o levantamento dos escritores brasileiros representativos dos séculos XX e XXI. Enumere-os, citando uma das obras deles.

2. Em seguida, escolha três deles para produção de uma das propostas de bibliografia que deverá ser apresentada em Maker-Movie ou PowerPoint.

3. Envie o trabalho pronto e assinado para e-mail: piedadeteodoro@hotmail.com até dia 31/08/2009 para ser editado no Blog piedadeteodoro.blogspot.com.

(Proposta de Alfredina Nery é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua/linguagem/leitura.


TERCEIRO RECADO

1. Estude a teoria apresentada abaixo para, em seguida desenvolver as atividades de produção de texto dissertativo-argumentativo. Mão à obra!!!!!!!!!!!! Dúvidas? Entre em contato.

Conceitos e Noções Gerais de Dissertação


Existem dois tipos de dissertação: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa. A primeira tem como objetivo expor, explicar ou interpretar idéias; a segun-da procura persuadir o leitor ou ouvinte de que determinada tese deve ser acatada. Na dissertação argumentativa, além disso, tentamos, explicitamente, formar a opinião do leitor ou ouvinte, procurando persuadi-lo de que a razão está conosco.


Na dissertação expositiva, podemos explanar sem combater idéias de que discordamos. Por exemplo, um professor de História pode fazer uma explicação sobre os modos de produção, aparentando impessoalidade, sem tentar con-vencer seus alunos das vantagens das vantagens e desvanta-gens deles. Mas, se ao contrário, ele fizer uma explanação com o propósito claro de formar opinião dos seus alunos, mostrando as inconveniências de determinado sistema e valorizando um outro, esse professor estará argumentando explicitamente.


Para a argumentação ser eficaz, os argumentos devem possuir consistência de raciocínio e de provas. O raciocínio consistente é aquele que se apóia nos princípios da lógica, que não se perde em especulações vãs, no “bate-boca”estéril. As provas, por sua vez, servem para reforçar os argumntos. Os tipos mais comuns de provas são: os fatos-exemplos, os dados estatísticos e o testemunho.


Como fazer uma dissertação argumentativa
Como fazer nossas dissertações? Como expor com clareza nosso ponto de vista? Como argumentar coerentemente e validamente? Como organizar a estrutura lógica de nosso texto, com introdução, desenvolvimento e conclusão?
Vamos supor que o tema proposta seja Nenhum homem é uma ilha.
Primeiro, precisamos entender o tema. Ilha, naturalmente, está em sentido figurado, significando solidão, isolamento.

Vamos sugerir alguns passos para a elaboração do rascunho de sua redação.


1. Transforme o tema em uma pergunta:
Nenhum homem é uma ilha?


2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou discordando (ou, ainda, concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu pon-to de vista.


3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.


4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posição. Estes serão argumentos auxiliares.


5.Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, dá força e clareza à nossa argumentação. Esclarece a nossa opinião, fortalece os nossos argumentos. Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferencia o nosso texto: como ele nasce da experiência de vida, ele dá uma marca pessoal à dissertação.


6. A partir desses elementos, procure juntá-los num texto, que é o rascunho de sua redação. Por enquanto, você pode agrupá-los na seqüência que foi sugerida:


Os passos
1) interrogar o tema;
2) responder, com a opinião
3) apresentar argumento básico
4) apresentar argumentos auxiliares
5) apresentar fato- exemplo
6) concluir
(in Novo Manual da Nova Cultural - Redação, Gramática, Literatura e Interpretação de Textos, de Emília Amaral e outros)


Como ficaria o esquema
1º parágrafo: a tese
2º parágrafo: argumento 1
3º parágrafo: argumento 2
4º parágrafo: fato-exemplo
5º parágrafo: conclusão


Exemplo de redação com esse esquema:
Tema: Como encarar a questão do erro
Título: Buscar o sucesso
Tese
1º§ O homem nunca pôde conhecer acer-tos sem lidar com seus erros.
Argumentação
2º§ O erro pressupõe a falta de conheci-mento ou experiência, a deficiência de sintonia entre o que se propõe a fazer e os meios para a realização do ato. Deriva-se de inúmeras causas, que incluem tanto a falta de informação, como a inabilidade em lidar com elas.
3º§ Já acertar, obter sucesso, constitui-se na exata coordenação entre informação e execu-ção de qualquer atividade. É o alinhamento preci-so entre o que fazer e como fazer, sendo esses dois pontos indispensáveis e inseparáveis.
Fato-exemplo
4º§ Como atingir o acento? A experiência é fundamental e, na maior das vezes, é alicerçada em erros anteriores, que ensinarão os caminhos para que cada experiência ruim não mais ocorra. Assim, um jovem que presta seu primeiro vesti-bular e fracassa pode, a partir do erro, descobrir seus pontos falhos e, aos poucos, aliar seus co-nhecimentos à capacidade de enfrentar uma situa-ção de nova prova e pressão. Esse mesmo jovem, no mercado de trabalho, poderá estar envolvido em situações semelhantes: seus momentos de fracasso estimularão sua criatividade e maior em-penho, o que fatalmente levará a posteriores acertos fundamentais em seu trabalho.
Conclusão
5º§ Assim, o aparecimento dos erros nos atos humanos é inevitável. Porém, é preciso, aci-ma de tudo, saber lidar com eles, conscientizar-se de cada ato falho e tomá-los como desafio, nunca se conformando, sempre buscando a superação e o sucesso. Antes do alcance da luz, será sempre preciso percorrer o túnel. (Redação de aluno.)


Esquema da antítese
Como incluir a contra-argumentação numa dissertação argumentativa
A dissertação argumentativa começa com a proposição clara e sucinta da idéia que irá ser comprovada, a TESE. A essa primeira parte do texto dissertativo chamamos de introdução.
A segunda parte, chamada desenvolvimento, visa à apresentação dos argumentos que comprovem a tese, ou seja, a PROVA. É costume estruturar a argumentação em ordem crescente de importância, como foi explicado no início desta lição, a fim de prender cada vez mais a atenção do leitor às razões apresentadas. Essas razões baseiam-se em provas demonstráveis através dos fatos-exemplo, dados estatísticos e testemunhos.
Na dissertação argumentativa mais formal, o desen-volvimento apresenta uma subdivisão, a ANTÍTESE, na qual se refutam possíveis contra-argumentos que possam contrariar a tese ou as provas. Nessa parte, a ordem de importância inverte-se, colocando-se, em primeiro lugar, a refutação do contra-argumento mais forte e, por último, do mais fraco, com o propósito de se depreciarem as idéias contrárias e ir-se, aos pontos, refutando a tese adversa,ao mesmo tempo em que se afasta o leitor ou ouvinte dos contra-argumentos mais poderosos.
Na última parte, a conclusão, enumeraram-se os argumentos e conclui-se, reproduzindo as tese, isto é, faz-se uma SÍNTESE. Além de fazer uma síntese das idéias discu-tidas, pode-se propor, na conclusão, uma solução para o problema discutido.


Esquema de uma dissertação com antítese
Tema: Vestibular, um mal necessário.
Tese: O vestibular privilegia os candidatos pertencentes às classes mais favorecidas economicamente.
Prova: Os candidatos que estudaram em escolas com infra-estrutura deficiente, com as escolas públicas do Brasil, por mais que se esforcem, não têm condições de concorrer com aqueles que freqüentaram bons colégios.
Antítese: Mesmo que o acesso à universidade fosse facilitado para candidatos de condição econômica inferior, o problema não seria resolvido, pois a falta de um aprendizado sólido, no primeiro e segundo grau, comprometeria o ritmo do curso superior.
Conclusão (síntese´): As diferenças entre as escolas públicas e privadas são as verdadeiras responsáveis pela seleção dos candidatos mais ricos.


Relação entre causa e conseqüência
Você possui um tema para ser analisado. Neste caso, a melhor forma de desenvolvê-la é estabelecer a relação causa-
conseqüência. Vamos à prática com o seguinte tema:
Tema
Constatamos que no Brasil existe um grande número de correntes migratórias que se deslocam do campo para as médias ou grandes cidades.
Para encontrarmos uma causa, perguntamos:
Por quê?
ao tema acima. Dentre as respostas possíveis, poderíamos citar o seguinte fato:
Causa:
A zona rural apresenta inúmeros problemas que dificultam a permanência do homem no campo.
No sentido de encontrar uma conseqüência para o problema enfocado no tema acima, cabe a seguinte pergunta:
O que acontece em razão disso?
Uma das possíveis respostas seria:
Conseqüência
As cidades encontram-se despreparadas para absorver esses migrantes e oferecer-lhes condições de subsistência e de trabalho
Veja que a causa e a conseqüência citadas neste exemplo podem ser perfeitamente substituídas por outras, encontradas por você, desde que tenham relação direta com o assunto. As sugestões apresentadas de maneira nenhuma são as únicas possíveis.


Veja outros exemplos:
Causa: As pessoas mais velhas têm medo do novo, elas são mais conservadoras, até em assuntos mais prosaicos.
Tema: Muitas pessoas são analfabetas eletrônicas, pois não conseguem operar nem um videocassete.Conseqüência: Elas se tornam desajustadas, pois dependem dos mais jovens até para ligar um forno microondas, elas precisam acompanhar a evolução do mundo.
Causa: A nação que deixa depredar as construções
consideradas como patrimônios históricos destrói parte da História de seu país.
Tema: É de fundamental importância a preservação das construções que se constituem em patrimônios históricos.
Conseqüência: Isso demonstra claramente o subdesenvolvimento de uma nação, pois quando não se conhece o passado de um povo e não se valorizam suas tradições, estamos desprezando a herança cultural deixada por nossos antepassados.
Causa: A maioria dos parlamentares preocupa-se muito mais com a discussão dos mecanismos que os fazem chegar ao poder do que com os problemas reais da população.


Tema: A maior parte da classe política não goza de muito prestígio e confiabilidade por parte da população.
Conseqüência: Os grandes problemas que afligem o povo brasileiro deixam de ser convenientemente discutidos.
Causa: Algumas pessoas refugiam-se nas drogas na tentativa de esquecer seus problemas.
Tema: Muitos jovens deixam-se dominar pelo vício em diversos tipos de entorpecentes, mal que se alastra cada vez mais em nossa sociedade.
Conseqüência: Acabam formando-se dependentes dos psicóticos dos quais se utilizam e, na maioria das vezes, transformam-se em pessoas inúteis para si mesmas e para a comunidade.

Exercícios
Apresentaremos alguns temas e você se incumbirá de encontrar uma causa e uma conseqüência para cada um deles. Escreva-as, seguindo o modelo apresentado acima:

1 Tema: As linhas de ônibus que percorrem os bairros das grandes metrópoles não têm demonstrado muita eficiência no atendimento a seus usuários.
Causa:
Conseqüência:


2 A convivência familiar está muito difícil.
causa:
Conseqüência:


3 As novelas de televisão passaram a exercer uma profunda influência nos hábitos e na maneira de pensar da maioria dos telespectadores.
Causa:
Conseqüência:


4 As doenças infecto-contagiosas atingem particularmente as camadas mais carentes da população.
Causa:
Conseqüências:


5 Apesar de alertados por ecologistas, os lavradores continuam utilizando produtos agrotóxicos indiscriminadamente.
Causa:
Conseqüência:


Esquema de redação com causa-conseqüência
Título
Introdução (o problema):
1º parágrafo: Apresentação do tema (com ligeira ampliação).
Desenvolvimento:
2º parágrafo - Causa (explicações adicionais)
3º parágrafo - Conseqüência (com explicações adicionais)
Conclusão(a solução):
4º § - Expressão inicial + reafirmação do tema + observação final


Proposta de redação
Escolha um dos temas apresentados nesta folha e redija um texto em quatro parágrafos, conforme o esquema desenhado acima. Não se esqueça de aplicar a relação causa-conseqüência.
(Do livro Técnicas Básicas de Redação, Branca Granatic, Editora Scipione).


Outro esquema interessante:
O texto Aquilo por que vivi, de Bertrand Russel, revela uma estrutura que o vestibulando poderá usar em sua redação. Leia o texto:
Aquilo por que vivi
Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade. Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso, instável, por sobre o profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.
Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase – um êxtase tão grande que, não raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria. Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão – essa solidão terrível através da qual nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam. Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para a vida humana, foi isso que – afinal – encontrei.
Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um pouco disto, mas não muito, eu o consegui.
Amor e conhecimento, até ao ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos desvalidos a construir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria ser a vida humana. Anseio por avaliar o mal, mas não posso, e também sofro.
Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.
(Bertrand Russel, Autobiografia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967.)


O texto, cujo tema está explícito no título – os motivos fundamentais da vida do autor – apresenta cinco parágrafos.
No primeiro parágrafo, o autor revela as suas “três paixões”:
a) amor;
b) conhecimento;
c) piedade.
Em seguida, dedica três parágrafos para cada uma dessas paixões. O segundo parágrafo fala sobre a busca do amor; terceiro, sobre a procura do conhecimento; e o quarto, sobre a importância do sentimento piedade diante do sofrimento.
O quinto e último parágrafo realiza a conclusão do texto.


Eis o esquema:
1º§ - a, b, c;
2º§ - a;
3º§ - b;
4º§ - c;
5º§ - a, b, c.
(in Novas Palavras, de Emília Amaral e outros, editora FTD-1997)


Observar a estrutura dos textos dissertativos é um bom momento de aprendizagem. Recomenda-se tal exercício aos vestibulandos: ler editoriais e artigos de jornais.
Proposta de redação
A TV brasileira completa 50 anos. No início, houve quem considerasse o televisor mais um eletrodoméstico na casa. Hoje, sabe-se que ele não é só isso, a televisão é um modo de vida.
Redija um texto dissertativo, em prosa, com 30 linhas, analisando se a TV brasileira FORMA, INFORMA ou DEFORMA. Use o esquema acima.

(Sugestão do site: http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=redacao/teoria/docs/esquemasdissertacao