sexta-feira, 9 de setembro de 2011

RECADO PARA 2ºS ANOs - I GINCANA LITERÁRIA JC

SUGESTÃO DE LEITURA DE LIVROS

Iracema

ENREDO — Por tópicos


1 A partida (Martim, Japi e Moacir)


"onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?"


2 O encontro (Martim e Iracema)


"Rumos suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar, nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d'alma que da ferida.
O sentimento que ele pôs nos olhos e no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e correu para o guerreiro, sentida da mágoa que causara. A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. O Guerreiro falou:
— Quebras comigo a flecha da paz?"

3 Martim, hóspede de Araquém
•Importante: tema da hospedagem;
•regras rigorosas;
•respeito absoluto a elas.
4 Relação amorosa
•Vestal - religiosidade;
◦"Estrangeiro, Iracema não pode ser tua serva. É ela que guarda o segredo de jurema e o mistério do sonho. Sua mão fabrica para o Pajé a bebida de Tupã."


•Apaixona-se por Martim;

•Envolve e seduz o guerreiro branco.

5 Ciúme de Irapuã
•Apaixonado por Iracema;
•Ódio por Martim;
•Desejo de vingança;
•Obrigado a respeitar a hospitalidade de Araquém.

"— Nunca Iracema daria seu seio, que o espírito de Tupã habita só, ao guerreiro mais vil dos guerreiros tabajaras! Torpe é o morcego porque foge da luz e bebe o sangue da vítima adormecida!...
— Filha de Araquém, não assanha o jaguar! O nome de Irapuã voa mais longe que o goaná do lago, quando sente a chuva além das serras. Que o guerreiro branco venha, e o seio de Iracema se abra para o vencedor.
— O guerreiro branco é hóspede de Araquém. A paz o trouxe aos campos do Ipu, a paz o guarda. Quem ofender o estrangeiro ofende o Pajé."

6 Confrontos
a) Martim X Irapuã


•Aldeia tabajara: ambiente de revolta;
•Martim foge, ajudado por Caubi;
•Irapuã persegue e intercepta o fugitivo;
•Caubi intercede.


b) Tabajaras X Pitiguaras

•Irapuã retira-se
7 Guerra
•Tapuitingas + Irapuâ X pitiguaras;
•Jacaúna chama Poti e Martim;
•Martim parte para a guerra.

8 Abandono de Iracema
"[...] Poti refletiu:
— As lágrimas da mulher amolecem o coração do guerreiro, como o orvalho da manhã amolece a terra.
— Meu irmão é grande sabedor. O esposo deve partir sem ver Iracema.
O cristão avançou. Poti mandou-lhe que apressasse: da alijava de setas que Iracema emplumara de penas vermelhas e pretas e suspendera aos ombros do esposo, tirou uma.
O chefe potiguara vibrou o arco; a seta rápida atravessou um goiamum que discorria pelas margens do lago; só parou onde a pluma não a deixou mais entrar.
Fincou o guerreiro no chão a flecha, com a presa atravessada, e tornou para Coatiabo.
— Podes partir. Iracema seguirá teu rasto; chegando aqui, verá tua seta, e obedecerá à tua vontade. Martim sorriu; e quebrando um ramo do maracujá, a flor da lembrança, [...]
— Ele manda que Iracema ande pra trás, como o goiamum, e guarde sua lembrança, como o maracujá guarda sua flor todo o tempo até morrer.
A filha dos tabajaras retraiu os passos lentamente, sem volver o corpo, nem tirar os olhos da seta de seu esposo; depois tornou à cabana. Ali sentada à soleira, com a fronte nos joelhos esperou, até que o sono acalentou a dor de seu peito."

9 Volta de Martim
•Nascimento de Moacir
•Sofrimento e morte de Iracema
•Martim enterra Iracema

"— Recebe o filho de teu sangue. Era tempo; meus seios ingratos já não tinham alimento para dar-lhe! Pousando a criança nos braços paternos; a desventurada mãe desfaleceu [...] O esposo viu então como a dor tinha consumido seu belo corpo; mas a formosura ainda morava nela [...]
Enterra o corpo de tua esposa ao pé do coqueiro que tu amavas. Quando o vento do mar soprar nas folhas, Iracema pensará que é a tua voz que fala entre seus cabelos.
O doce lábio umedeceu para sempre; o último lampejo despediu-se dos olhos baços.
Poti amparou o irmão na grande dor. Martim sentiu quanto um amigo verdadeiro é preciosos na desventura
[...]
O camucim que recebeu o corpo de Iracema, embebido de resinas odoríferas, foi enterrado ao pé do coqueiro, à borda do rio. Martim quebrou um ramo de murta, a folha da tristeza, e deitou-o no jazido de sua esposa. A jandaia pousada no olho da palmeira repetia tristemente: - Iracema!"

10 Canto da Jandaia e nascimento do Ceará
"Desde então os guerreiros potiguaras que passavam perto da cabana abandonada e ouviam ressoar a voz plangente da ave amiga, afastavam-se com a alma cheia de tristeza, do coqueiro onde cantava a jandaia. E foi assim que um dia veio a chamar-se Ceará o rio onde crescia o coqueiro, e os campos onde serpeja o rio."

11 Quatro anos depois...
•Martim volta com o filho e um padre;
•Encontro com Poti;
•Conversão de Poti: batizado católico;
•Martim, Camarão e Albuquerque partem para Mearim: expulsão do branco tapuia.

"Poti foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho; não sofria ele que nada mais o separasse de seu irmão branco. Deviam ter ambos um só deus, como tinham um só coração.
Ele recebeu com batismo o nome do santo, cujo era o dia; e o do rei, a quem ia servir, e sobre is dois o seu, na língua dos novos irmãos. Sua fama cresceu e ainda hoje é o orgulho da terra, onde ele primeiro viu a luz. [...]
Jacaúna veio habitar nos campos da Porangaba pra estar perto de seu amigo branco; Camarão erguera a taba de seus guerreiros nas margens da Macejana.
Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas onde fora tão feliz, e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.
Muitas vezes ia sentar-se naquelas doces areias, para cismar e acalentar no peito a agra saudade.
A janela cantava ainda no olho do coqueiro; mas não repetia já o mavioso nome de Iracema.
Tudo passa sobre a terra."
(Fonte: Aula em vídeo da Unicamp - http://pre-vestibular.arteblog.com.br/30119/IRACEMA-Topicos-Resumo-e-Exercicios/ )

BREVE RESUMO
Texto de Gizelda Nogueira para o Centro Universitário Barão de Mauá
Dedicatória:


“À Terra Natal - um filho ausente”.

No prólogo da primeira edição, o autor afirma:

“O livro é cearense. Foi imaginado aí, na limpidez desse céu de cristalino azul, e depois vazado no coração cheio de recordações vivazes de uma imaginação virgem. Escrevi-o para ser lido lá, na varanda da casa rústica ou na fresca sombra do pomar, ao doce embalo da rede, entre os murmúrios do vento que crepita na areia ou farfalha nas palmas dos coqueiros”.

Verdes mares bravios da minha terra natal, onde canta a jandaia nas frontes da carnaúba [...].
Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros [...]


Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fluxo terral a grande vela? [...]Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora.


Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço da floresta, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem [...].


O capítulo I apresenta a história que vai ser contada, mostrando seu caráter nacionalista e patriótico. É a proposição, onde o autor, numa linguagem excessivamente lírica introduz as personagens, e induz o leitor à construção da natureza, do índio e do enredo que os envolve com o elemento europeu.

A partir do segundo capítulo, a história toma corpo, quando Iracema, índia Tabajara, inadvertidamente, fere Martim, amigo e protegido dos pitiguaras.


Iracema apaixona-se pelo guerreiro branco e o conduz à tribo, onde Martim defronta-se com Irapuã, chefe que o desafia para um duelo, interrompido por Poti (amigo de Martim), que lidera os pitiguaras num grito de guerra.


Uma noite, Martim pede à Iracema o vinho de Tupã, já que não está conseguindo resistir aos encantos da virgem. O vinho, que provoca alucinações, permitiria que ele, em sua imaginação, possuísse a jovem índia como se fosse realidade. Iracema lhe dá a bebida e, enquanto ele imagina estar sonhando, Iracema “torna-se sua esposa”.


O valor alegórico dessa passagem no faz perceber que ao “possuir” Iracema, Martim está inconsciente. Esse gesto provocará a destruição da virgem, assim como a invasão do Brasil pelos portugueses provocará a destruição da floresta virgem americana. No entanto, assim como Martim não tinha qualquer intenção de provocar a morte de sua amada — o faz por paixão — os destruidores da natureza brasileira o fizeram de forma inconsciente e inconseqüente.


Martim e Iracema escondem-se nas entranhas da terra e amam-se, não obstante o compromisso da virgem vestal (por saber o segredo de jurema - a força da tribo Tabajara).


Os primitivos habitantes das Américas foram grandes detentores do conhecimento das plantas psicoativas empregadas na elaboração de suas bebidas rituais, tal como o vinho da jurema, à base da planta conhecida por jurema (Mimosahostilis Benth), hoje sacralizada nos sistemas de crença afro-brasileiros.


Martim é ameaçado pelo enciumado chefe guerreiro Irapuã, que quer invadir a cabana de Araquém e matá-lo. Apesar da advertência de Araquém de que Tupã puniria quem machucasse seu hóspede, os guerreiros de Irapuã cercam a cabana, que é protegida por Caubi.


É hora de o guerreiro branco partir ao encontro do amigo, Poti.

A tribo é, então, levada por Iracema até o bosque de jurema, onde os guerreiros adormecidos sonham com vitórias futuras, enquanto ela propicia a fuga de Martim e Poti. Ela não revela a Martim que havia se tornado sua esposa, enquanto o iniciava nos mistérios de jurema.


Irapuã persegue os fugitivos, travando-se um combate entre os tabajaras e os pitiguaras, liderados por Jacaúna. Iracema pede a Martim que não mate Caubi, seu irmão, e salva-lhe a vida duas vezes. Por fim os tabajaras, considerando-se vencidos, fogem e deixam Iracema triste e envergonhada.

Os três - Martim, Poti e Iracema - chegam ao território pitiguara, e seguem em visita ao avô de Poti, Batuirité, que denomina Martim de gavião branco e profetiza que os índios serão destruídos pelo homem branco.
Batuirité estava sentado sobre uma das lapas da cascata; o sol ardente caia sobre sua cabeça, nua de cabelos e cheia de rugas como o jenipapo. Assim dorme o jaburu na beira do lago.
- Poti é chegado à cabana do grande Maranguab, pai de jatobá, e trouxe seu irmão branco para ver o maior guerreiro das nações.
O velho soabriu as pesadas pálpebras, e passou do neto ao estrangeiro um olhar baço. Depois o peito arquejou e os lábios murmuraram:
- Tupã quis que esses olhos vissem antes de se apagarem, o gavião branco junto da narceja.

Iracema engravida. Ela e Poti pintam o corpo de Martim, que passa a ser chamado de Coatiabo, o guerreiro pintado. Este, entretanto, passa por crises de grande melancolia, motivadas por saudades da pátria. A força do amigo e o carinho da mulher amada não lhe bastam mais. Ele sente uma atração irresistível pelo horizonte sem fim que se lhe descortina pelo mar.

Poti, então, recebe um mensageiro de Jacaúna, trazendo a notícia de que os franceses haviam se aliado aos tabajaras e de que haveria guerra. Ele e Martim partem para a luta e Iracema fica no litoral, acompanhada de um galho de maracujá, a planta da lembrança, que lhe fora deixada por Martim.


Entristecida pela solidão recebe a visita da jandaia, uma ave que havia sido sua companheira, fora abandonada, e que volta a lhe fazer companhia.

- Iracema! Iracema!

Ergueu ela os olhos e viu entre as folhas da palmeira sua linda jandaia, que batia asas, e arrufava as penas com o prazer de vê-la.


A lembrança da pátria, apagada pelo amor, ressurgissem seu pensamento. Viu os formosos campos do Ipu, as encostas da serra onde nascera, a cabana de Araquém, e teve saudades; mas naquele instante, ainda não se arrependeu de os ter abandonado.

Solitária e saudosa, Iracema tem dificuldade para amamentar o filho e quase não come. Desfalece de tristeza. Martim fica longe de Iracema durante oito luas (oito meses) e, quando volta, encontra Iracema à beira da morte. Ela entrega o filho a Martim, deita-se na rede e morre, consumida pela dor. Poti e Martim enterram-na ao pé do coqueiro, à beira do rio. Segundo Poti: “quando o vento do mar soprar nas folhas, Iracema pensará que é tua voz que fala entre seus cabelos.”

O lugar onde viveram e o rio em que nascera o coqueiro vieram a ser chamados, um dia, pelo nome de Ceará.


Martim partiu das praias do Ceará levando o filho. Alencar comenta: “O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a predestinação de uma raça?”

O guerreiro branco volta alguns anos depois, acompanhado de outros brancos, inclusive um sacerdote “para plantar a cruz na terra selvagem”.

Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas onde fora tão feliz, e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.

Muitas vezes ia sentar-se naquelas doces areias, para cismar e acalentar no peito a agra saudade.


A jandaia cantava ainda no olho do coqueiro; mas não repetia já o mavioso nome de Iracema.


Tudo passa sobre a terra.


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Câmara Cascudo, um nordestino sempre reverenciado pela expressão aguda de sentir os fenômenos culturais da região, referiu-se deste modo ao comentar a identificação nacional com a obra e os personagens de Alencar: ´[...] muito dessa irresistível atração foi o vocabulário de Alencar, o brilho, a musicalidade verbal. A imagem inebriante e soberba para o seu tempo, as graças capitosas da minúcia, da precisão, da habilidade idiomática e mesmo sua sintaxe, as concessões ao sabor local, os neologismos, brasileirismos, enfim a liberdade ousada, aberta, corajosa, ostensiva, em empregar uma técnica que era eminentemente sua e que apaixonou o Brasil inteiro.

"Iracema é, sobretudo, um livro de imagens; José de Alencar organiza uma memória imagética’’, defende o diretor do Museu do Ceará, historiador Régis Lopes. Sob essa tese, está sendo preparada a exposição Edições de Iracema, reunindo cerca de 50 publicações do romance - abertura agendada para o próximo dia 18, com a palestra ‘’Iracema em Cordel’’ (ministrada pelo professor e pesquisador Gilmar de Carvalho) e o relançamento do livro-cordel Iracema a Virgem dos Lábios de Mel (de João Martins, original da primeira metade do século XX). A maior parte do acervo da exposição é do setor de obras raras da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel. Foco nas imagens, ilustrações dos anos 20 a 90. ‘’Escolhemos o objeto livro para mostrar como Iracema é um livro múltiplo. A forma pela qual se ilustra o romance nos mostra uma Iracema mais romântica, mais moderna, com traços econômicos, uma Iracema que parece que vem de Hollywood [...]”, aponta Lopes.


Em anexo, continua o historiador, ‘’o pensamento sobre a História do Ceará. Precisamos reestudar Iracema - que não é, somente, o índio idealizado; é muito mais. Alencar queria criar um mito fundador para a nação, um passado para o Brasil através de um índio heróico. Precisamos de uma imaginação nacional, essa é a grande questão. E ele fez essa imaginação a partir de uma imaginação cearense’’. Para Régis Lopes, José de Alencar quis estabelecer, pela maternidade indígena, uma relação de pertencimento entre brasileiros e Brasil. ‘’Iracema, hoje, é uma leitura que faz a gente pensar sobre a memória. Qual é a memória que vamos ter em relação ao nosso passado?’, conclui, com a pergunta que não quer calar.
Regis Lopes – Diretor do Museu do Ceará/2005/ Jornal da poesia.


CURIOSIDADES
O maracujá é uma planta tipicamente brasileira, muito apreciada pelo sabor de seus frutos e pelo perfume de suas flores.


Estas flores, conhecidas como “Flores da Paixão”, foram antigamente muito apreciadas e celebradas como “as graças dos prados, brincos da natureza e devoção da piedade cristã”. Maracujá, na língua tupi, quer dizer “alimento dentro da cuia”. É mesmo na cuia, isto é, na própria casca, que o maracujá recebe total apreciação de norte a sul do país.

"A primitiva, que se pode chamar aborígene, são as lendas e mitos da terra selvagem e conquistada; são as tradições que embalam a infância do povo [...]. Iracema pertence a essa literatura primitiva"
Linguagem
Numa carta enviada ao Dr. Jaguaribe, em agosto de 1865, Alencar assim se referiu à obra:
“O conhecimento da língua indígena é o melhor critério para a nacionalidade da literatura. Ele nos dá não só o verdadeiro estilo, como as imagens poéticas dos selvagens, os modos de seu pensamento, as tendências de seu espírito, e até as menores particularidades de sua língua.
É nessa fonte que deve beber o poeta brasileiro; é dela que há de sair o verdadeiro poema nacional como eu o imagino [...]”
Assim, torna-se interessante ilustrar essa preleção do autor com alguns exemplos:


Ceará = cemo (cantar forte) + ara (pequena arara ou periquito)


Tabajaras = taba (aldeia) + jara (senhor)


Pitiguaras= piti (vales) + jara (senhor)


Jurema = ju (espinho) + rema (cheiro desagradável) - árvore meã, de folhagem espessa, de fruto excessivamente amargo, tem um efeito de narcótico.


Jacaúna = jaca (jacarandá) = una (preto)


Coatiabo = coatiá (pintar) + abo (criatura)


Moacir = moaci (dor) + ira (saído de)


Iracema = Na nota nº 2 do autor se encontra, a explicação de que Iracema tem origem no guarani: ira, mel e tembe, lábios, no entanto, trata-se de livre criação.


É de fundamental importância não esquecer com que talento o autor descreve paisagens, personagens, fatos, desnudando diante do leitor uma verdadeira pintura (com palavras) do que transcorre em narrativa. Assim a adjetivação é extremamente forte em seu texto.
(http://pre-vestibular.arteblog.com.br/31/)



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