sábado, 26 de março de 2011

2º RECADO PARA 2° ANOS DO ENSINO MÉDIO DE 2011 DO JC - MARÇO




Ninguém é escritor por haver decidido dizer certas coisas, mas por haver decidido dizê-las de determinado modo.
SARTRE, Jean Paul. Que é a Literatura?. 3ed. São Paulo: Ática, 2004.

Será este o segredo da linguagem literária?

VISITE ESTE SITE (após, comente sobre o que o texto diz e que você pode dizer do texto)


http://www.coladaweb.com/literatura/o-que-e-literatura

O poeta e a poesia
Cora Coralina (1889-1985)


Não é o poeta que cria a poesia.
É sim, a poesia que condiciona o poeta.
Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artífice da palavra.
E com ela compõe a ourivesaria de um verso.
Poeta é ser ambicioso, insatisfeito,procurando no jogo das palavras,no imprevisto texto, atingir a perfeição inalcançável.
O autêntico sabe que jamais chegará ao prêmio Nobel.
O medíocre se acredita sempre perto dele.
Alguns vêm a mim.
Querem a palavra, o incentivo, a apreciação.
Que dizer a um jovem ansioso na sede precoce de lançar um livro...
Tão pobre ainda a sua bagagem cultural, tão restrito seu vocabulário,enxugando lágrimas que não chorou, dores que não sentiu,sofrimentos imaginários que não experimentou.
Falam exaltados de fome e saudades, tão degastadas de tantos já passados.
Primário nos rudimentos de sua escrita e aquela pressa moça de subir.
Alcançar estatura de poeta, publicar um livro.
Oriento para a leitura, reescrever, processar seus dados concretos.
Não fechar o caminho, não negar possibilidades.
É a linguagem deles, seus sonhos.
A escola não os ajudou, inculpados, eles.
Todos nós temos a dupla personalidade.
O id e o ego.
Um representa a sua vida física, material completa.
Pode ser brilhante, enriquecida de valores que ajudam a ser felizes,pode ser angustiada e vacilante, incerta, insatisfeita.
Mesmo possuindo o que deseja, nada satisfazendo.
O id representa sua vida interior paralela, ambivalente, exercendo seu comando em descargas nervosas,no eterno conflito entre a razão e o impulso incontrolado.
Dupla vida inter e extra, personalidade se contrapondo.
Pode ser trivial e dependente, podemos fazê-la rica e cheia de nobreza,nos valendo da força incomensurável do pensamento positivo emanado da vida interior que é o nosso mundo, invisível a todos, sensível ao nosso ego.
Há sempre uma hora maldita na vida de um homem.
Pode levá-lo ao crime e às paredes sombrias de uma cela escura.
Um curto circuito nas suas baterias carregadas, uma descarga nas linhas de transmissão potencial.
Daí, fatos aberrantes que surpreendem.
Conclusões demolidoras de um passado brilhante.

PROJETO ROMANTISMO ONTEM, HOJE E SEMPRE DE PESQUISA EM GRUPO CUJOS RESUTADOS DEVEM SER APRESENTADOS EM FORMA DE SEMINÁRIO

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
Nicola, José de. Português - Ensino Médio - vol.1. São Paulo: editora Scipione. 2008
http://educaterra.terra.com.br/literatura/romantismo/romantismo_10.htm
http://vsites.unb.br/il/tel/Graduacao/romantismo/classicismo_romantismo.htm

LITERATURA: CONCEITO,  CARACTERÍSTICAS E FORMAS/GÊNEROS DE SE FAZER LITERATURA

OS CONCEITOS DE LITERATURA
Não é fácil o trabalho de conceituar a Literatura. Por trás de todo conceito haverá sempre um posicionamento crítico. Todavia, colocaremos alguns conceitos, em relevo, para que possam fazer suas avaliações:
Um dos mais antigos textos sobre o conceito de Literatura é a Poética, de Aristóteles (que inaugurou a longa série de estudos). Nesse texto, o filósofo grego afirma que "arte é imitação (mímesis em grego)". E justifica: "o imitar é congênito no homem (e nisso difere dos outros viventes, pois de todos, é ele o mais imitador e, por imitação, apreende as primeiras lições), e os homens se comprazem no imitado". O que ele quer nos dizer é que o imitar faz parte da natureza humana e os homens sentem prazer nisso; em síntese, arte como recriação.

A literatura nos permite viver num mundo onde as regras inflexíveis da vida real podem ser quebradas, onde nos libertamos do cárcere do tempo e do espaço, onde podemos cometer excessos sem castigo e desfrutar de uma soberania sem limites. (Mário Vargas Llosa)

Literatura é a imortalidade da fala. (August Wilhelm)

É com bons sentimentos que se faz literatura ruim. (André Gide, escritor francês)

A distinção entre literatura e as demais artes vai operar-se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a forma do Verbo. De que se serve o homem de letras para realizar seu gênio inventivo? Não é, por natureza, nem do movimento como o dançarino, nem da linha como o escultor ou o arquiteto, nem do som como o músico, nem da cor como o pintor. E sim – da palavra. A palavra é, pois, o elemento material intrínseco do homem de letras para realizar sua natureza e alcançar seu objetivo artístico. (Alceu Amoroso Lima) 

A Literatura obedece a leis inflexíveis: a da herança, a do meio, a do momento. (Hypolite Taine, determinista, século XIX)
 
A Literatura é como as demais formas de arte, tem a capacidade de provocar no leitor um estranhamento diante da realidade, como se a víssemos pela primeira vez, sob um prisma diferente. (Chklovski, escritor russo) 

A Literatura é arte e só pode ser encarada como arte. É a arte pela arte. (Doutrina da «arte pela arte», fins do século XIX)
 
A Literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem. (Louis de Bonald, pensador e crítico do Romantismo francês, início do século XIX)

O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arma de combate. (Jean-Paul Sartre)

A literatura é como o sorriso da sociedade. Quando a sociedade ela está feliz, o espírito se lhe reflete nas artes e, na arte literária, com ficção e com poesias, as mais graciosas expressões da imaginação. Se há apreensão ou sofrimento, o espírito se concentra grave, preocupado, e então, histórias, ensaios morais e científicos, sociológicos e políticos, são-lhe a preferência imposta pela utilidade imediata. (Afrânio Peixoto, Panorama da Literatura Brasileira)

Literatura é a linguagem carregada de significado. Grande Literatura é simplesmente a linguagem carregada de significado até o máximo grau possível. A literatura não existe no vácuo. Os escritores como tais, têm uma função social definida, exatamente proporcional à sua competência como escritores. Essa é a sua principal utilidade. (Ezra Pound, poeta, teórico e crítico de literatura norte-americano)

A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada, através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferente dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social. O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mais medidas pelos mesmos padrões das verdades ocorridas. Os fatos que manipula não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um julgamento das coisas humanas, um sentido de vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da vida. A Literatura é, assim, vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana. (Afrânio Coutinho)

A obra literária não é pura receptividade imitativa ou reprodutiva, nem pura criatividade espontânea e livre; mas "expressão" de um sentido novo, escondido no mundo, e um processo de construção do objeto artístico, em que o artista colabora com a natureza, luta com ela ou contra ela, separa-se dela ou volta a ela, vence a resistência dela ou dobram-se as exigências dela. [...]. O artista é um ser social que busca exprimir seu modo de estar no mundo na companhia de outros seres humanos, reflete sobre a sociedade, volta-se para ela, seja para criticá-la, seja para afirmá-la, seja para superá-la. (Marilena Chauí, Convite à Filosofia)
Apesar das diferenças e por vezes antagonismos presentes nessa pequena amostragem, podemos retirar dela alguns fatos inegáveis:
a) A Literatura é uma manifestação artística.
b) A linguagem é o material da Literatura, isto é, o artista literário trabalha com a palavra.
    c) Em toda obra literária percebe-se uma ideologia, uma postura do artista diante da realidade e das aspirações humanas. (http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/278085) 


 O que é literatura? É uma pergunta complicada justamente porque tem várias respostas. E não se trata de respostas que vão se aproximando cada vez mais de uma grande verdade, da verdade-verdadeira. Cada tempo e, dentro de cada tempo, cada grupo social tem sua resposta, sua definição.
Afinal, pensadores, escritores, artistas e demais envolvidos em teorias e práticas de literatura discutem, escrevem, polemizam (antigamente às vezes até duelavam!) e modulam conceitos de literatura que correspondem ao contexto de produção de seu tempo, aos horizontes dos leitores, às práticas de leitura em vigor. Por isso parecem explicar de forma convincente o que é literatura. Mas só temporariamente Quando surgem novos tipos de poemas, de romances e de contos e outras multidões de leitores entram em cena, aquela livrarada toda passa a ser lida de forma diferente. Os novos leitores piscam os olhos e limpam os óculos, engatam novas discussões, formulam novas teorias, propõem novos conceitos até que a poeira assenta para, de novo, levantar-se em nuvem tempos depois. Ou seja, há relação profunda entre as obras escritas num período – e que, portanto, são a literatura desse período – e a resposta que esse período dá à questão o que é literatura? Marisa Lajolo, Literatura: leitores & leitura. Adaptado.












De acordo com o texto, a definição de “literatura”, então, vincula-se, necessariamente, ao conjunto de obras elaboradas em determinada época.  

Balada de amor através das idades

Eu te gosto,você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego,você troiana,
troiana mas não Helena.
saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei,brigamos,morremos.
Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.

 
COMO DOIS ANIMAIS

Uma moça bonita
de olhar agateado
deixou em pedaços
o meu coração

Uma onça pintada
e seu tiro certeiro
deixou os meus nervos
de aço no chão

Foi mistério e segredo
e muito mais
foi divino o brinquedo
e muito mais
se amar como dois animais

Meu olhar vagabundo
de cachorro vadio
olhava a pintada
e ela estava no cio

Era um cão vagabundo
e uma onça pintada
se amando na praça
como os animais (Alceu Valença)












  


Texto literário e texto não-literário 

Relacionando o texto literário ao não-literário, devemos considerar que o texto literário tem uma dimensão estética, plurissignificativa e de intenso dinamismo, que possibilita a criação de novas relações de sentido, com predomínio da função poética da linguagem. É, portanto, um espaço relevante de reflexão sobre a realidade, envolvendo um processo de recriação lúdica dessa realidade. No texto não-literário, as relações são mais restritas, tendo em vista a necessidade de uma informação mais objetiva e direta no processo de documentação da realidade, com predomínio da função referencial da linguagem, e na interação entre os indivíduos, com predomínio de outras funções. 
A produção de um texto literário implica: 
· a valorização da forma 
· a reflexão sobre o real 
· a reconstrução da linguagem 
· a plurissignificação 
· a intangibilidade da organização lingüística 

1.  valorização da forma
O uso literário da língua caracteriza-se por um cuidado especial com a forma, visando a exploração de recursos que o sistema lingüístico oferece, nos planos fônico, prosódico, léxico, morfo-sintático e semântico.
Não é o tema, mas sim a maneira como ele é explorado formalmente que vai caracterizar um texto como literário. Assim, não há temas específicos de textos literários, nem temas inadequados a esse tipo de texto.
Os dois textos que seguem têm o mesmo tema - o açúcar: no primeiro, a função poética é predominante. É uma das razões para ser considerado um texto literário. Já no segundo, puramente informativo, há o predomínio da função referencial.
"O açúcar" (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228)
 
O açúcar 

O branco açúcar que adoçará meu café 
nesta manhã de Ipanema 
não foi produzido por mim 
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. 

Vejo-o puro 
e afável ao paladar 
como beijo de moça, água 
na pele, flor 
que se dissolve na boca. Mas este açúcar 
não foi feito por mim. 

Este açúcar veio 
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia. 
Este açúcar veio 
de uma usina de açúcar em Pernambuco 
ou no Estado do Rio 
e tampouco o fez o dono da usina. 

Este açúcar era cana 
e veio dos canaviais extensos 
que não nascem por acaso 
no regaço do vale. 

Em lugares distantes, onde não há hospital 
nem escola, 
homens que não sabem ler e morrem de fome 
aos 27 anos 
plantaram e colheram a cana 
que viraria açúcar. 

Em usinas escuras, 
homens de vida amarga 
e dura 
produziram este açúcar 
branco e puro 
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. 

"A cana-de-açúcar" (Vesentini, J.W. Brasil, sociedade e espaço. São Paulo, Ática, 1992, p.106)

A cana-de-açúcar
Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, lém da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível. 
Comentários sobre os textos: "O açúcar" e "A cana-de-açúcar"
O texto "O açúcar" parte de uma palavra do domínio comum - açúcar - e vai ampliando seu potencial significativo, explorando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o açúcar - branco, doce, puro - e a vida do trabalhador que o produz - dura, amarga, triste.

a) associações lexicais entre vocábulos do mesmo campo semântico:
açúcar  açucareiro  adoçar
dissolver  usina
cana
canavial
plantar
colher  mercearia
comprar
vender 
b) relações antitéticas: vida amarga e dura x açúcar branco e puro 
c) comparações: a comparação é o confronto de idéias por meio de conectivos, de palavras que explicitam o que está sendo comparado. Na comparação, um termo se define em função do que sabemos de outro:
"Vejo-o [o açúcar]  puro e afável como beijo de moça

                                 (como) água na pele

                                 (como) flor que se dissolve na boca

No texto "A cana-de-açúcar", de expressão não-literária, o autor informa o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
Para caracterizar ou explicitar a diferença entre função informativa e função artístico-literária da linguagem, através do confronto entre um determinado dado da realidade e o mesmo dado, reaproveitado em uma obra artística, podem ser comparadas as seguintes situações: 

a) o barulho de buzinas na rua e uma música que use esse mesmo som;
b) o som de vozes de crianças brincando e a música Domingo no Parque (Gilberto Gil); 


c) o som de uma cavalgada e a música Disparada ( Geraldo Vandré ); 


d) uma foto de jornal - uma foto dos sem-terra e um quadro - Os retirantes, de Portinari - com o mesmo tema da foto; 


e) várias cenas do cotidiano e uma colagem de Glauco Rodrigues; 


f) imagens de pessoas se movimentando e uma escultura representando pessoas; 


g) uma pequena crítica sobre a passagem de uma escola de samba e a música Foi um rio que passou em minha vida ( Paulinho da Viola). 


2. reflexão sobre o real
Em lugar de apenas informar sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principalmente como um meio de refletir e recriar a realidade, reordenando-a. Isso dá ao texto literário um caráter ficcional, ou seja, o texto literário interpreta aspectos da realidade efetiva, de maneira indireta, recriando o real num plano imaginário.
Refletindo a experiência cultural de um povo, o texto literário contribui para a definição e para o fortalecimento da identidade nacional. Por isso, num país como o Brasil, onde as características culturais precisam ainda ser revitalizadas e valorizadas, as artes desempenham um papel muito importante.
A título de exemplo, citamos Platão e Fiorin (1991), que dizem: "Graciliano Ramos, em VIDAS SECAS, inventou um certo Fabiano e uma certa Sinhá Vitória para revelar uma verdade sobre tantos fabianos e sinhás vitórias, despossuídos de quase todos os bens materiais e culturais, e por isso degradados ao nível da animalidade." 
3. recriação da linguagem (desautomatização)
No texto literário, relacionada ao processo de recriação do real, ocorre a desautomatização da linguagem. Assim, pela reinvenção dos procedimentos lingüísticos normalmente utilizados no cotidiano, a expressão literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de novas formas de dizer. O uso estético da linguagem pressupõe criar novas relações entre as palavras, combinando-as de maneira inusitada, singular, revelando assim novas formas de ver o mundo.
Apresentamos, a seguir, três textos que exemplificam esse processo: os dois primeiros, que tratam do mesmo tema, são comparados em relação aos recursos lingüísticos utilizados, o que os caracteriza como literário e não-literário, respectivamente. 
Texto 7
A queimada
Num alvoroço de alegria, os homens viam amarelecer a folhagem que era a carne e fender-se os troncos firmes, eretos, que eram a ossatura do monstro. Mas o fogo avançava sobre eles, interrompendo-lhes o prazer. Surpresos, atônitos, repararam que a devastação tétrica lhes ameaçava a vida e era invencível pelo mato adentro, quase pelas terras alheias. (...) O aceiro foi sendo aberto até que o fogo se aproximou; a coluna, como um ser animado, avançava solene, sôfrega por saciar o apetite. Sobre a terra queimada na superfície, aquecida até o seio, continuava a queda dos galhos. O fogo não tardou a penetrar num pequeno taquaral. Ouviam-se sucessivas e medonhas descargas de um tiroteio, quando a taboca estalava nas chamas. O fumo crescia e subia no ar rubro, incendiado, os estampidos redobravam, as labaredas esguichavam, enquanto a fogueira circundava num abraço a moita de bambus.
(Fragmento. Graça Aranha. Canaã, Rio de Janeiro,F.Briguiet, pp.111-113) 
Texto 8
Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro
Um incêndio, possivelmente provocado por um curto-circuito, destruiu no início da madrugada de ontem um prédio de quatro andares na Rua Teófilo Otoni, 38, no Centro. O fogo começou no primeiro andar, onde funcionava uma empresa especializada na venda e fabricação de componentes eletrônicos, a Mec Central. O prédio era de construção antiga e estava em obras; como havia grande quantidade de madeira estocada, a propagação do fogo foi rápida. A ação dos bombeiros evitou que prédios vizinhos fossem atingidos pelas chamas. Não houve feridos.
(Jornal do Brasil, 19/02/97) 
Comentários sobre os textos 7 e 8 : "A Queimada" e "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro" 
Reconhecemos o texto 7, "A Queimada", como um texto literário, por apresentar inúmeros recursos expressivos: metáforas (folhagem/carne; troncos/ossos; o ar rubro) e comparações (a coluna, como um ser animado, avançava solene). O autor fala da queimada como se ela fosse um ser vivo, atribuindo-lhe características próprias de seres animados, como solene, sôfrega, cheia de apetite. Neste texto, o plano do conteúdo, a descrição de uma queimada, é recriado no plano da expressão. 
No texto 8, "Incêndio destrói prédio de 4 andares no Centro", o leitor passa pelo plano da expressão e vai direto ao conteúdo para entender, informar-se. Trata-se, por isto, de um texto não-literário, cuja finalidade é documentar, transmitir notícias. A linguagem deste texto é denotativa, não apresenta nenhuma combinação nova ou inusitada de palavras; seu conteúdo pode ser resumido sem prejuízo da informação que ele contém. 
Texto 7 Texto 8

"a coluna avançava solene e sôfrega"  
"o incêndio começou no primeiro andar"
"a propagação foi rápida" 

adjetivação metafórica:
troncos firmes e eretos
descargas medonhas
ar rubro  
ausência de adjetivação: o incêndio,
o fogo,
o prédio,
propagação do fogo,
a ação dos bombeiros. 
Texto 9
Carnaval
Maravilha do ruído, encantamento do barulho. Zé Pereira, bumba, bumba. Falsetes azucrinam, zombeteiam. Viola chora e espinoteia. Melopéia negra, melosa, feiticeira, candomblé. Tudo é instrumento, flautas, violões, reco-recos, saxofones, pandeiros, liras, gaitas e trombetas. Instrumentos sem nome inventados subitamente no delírio da improvisação, do ímpeto musical. Tudo é encanto. Os sons se sacodem, berram, lutam, arrebentam no ar sonoro dos ventos, vaias, klaxons, aços estrepitosos. Dentro dos sons movem-se cores, vivas , ardentes, pulando, dançando, desfilando sob o verde das árvores, em face do azul da baía no mundo dourado. Dentro dos sons e das cores, movem-se os cheiros, cheiro de negro, cheiro mulato, cheiro branco, cheiro de todos os matizes, de todas as excitações e de todas as náuseas. Dentro dos cheiros, o movimento dos tatos violentos, brutais, suaves, lúbricos, meigos, alucinantes. Tatos, sons, cores, cheiros se fundem em gostos de gengibre, de mendubim, de castanhas, de bananas, de laranja, de bocas e de mucosa. Libertação dos sentidos envolventes das massas frenéticas, que maxixam, gritam, tresandam, deslumbram, saboreiam, de Madureira à Gávea, na unidade do prazer desencadeado. (Graça Aranha, A viagem maravilhosa. Apud William Cereja e Thereza Magalhães. Português: linguagens. São Paulo, Atual, p.178)

Comentários sobre o texto 9 - "Carnaval"
Neste texto, os cinco sentidos são explorados de maneira simbólica e inusitada: sons, cores, cheiros, tatos e gostos vão se sucedendo para descrever o carnaval, seu ambiente, a mistura de raças, o contato físico entre as pessoas, a euforia da festa.
Em primeiro lugar, ruídos e sons de diversos instrumentos enchem o ar. Acompanhando esses sons, as cores da natureza e das fantasias se movem, desfilam. Ao ritmo dos sons e cores, movem-se as pessoas das diversas raças, misturando seus cheiros, variados e inebriantes, tocando-se das mais diversas formas: pela luta, pelo carinho, pela sexualidade. Esse contato íntimo conduz a uma fusão de bocas e gostos.
Tudo isso é o carnaval - "libertação dos sentidos", proporcionando um "prazer desencadeado". O autor, observador atento de uma cena, expressa seu modo de ver o mundo, suas preferências, seu estado emocional. Ele não descreve o que vê, mas o que pensa ver, o que sente, combinando as palavras de forma inesperada, revelando novas imagens decorrentes dessas combinações. 
Sons: 
· viola chora e espinoteia 
· os sons se sacodem, berram, lutam, arrebentam no ar sonoro ... 
Cores: 
· movem-se cores, vivas, ardentes, pulando, dançando, desfilando ... 
Cheiros: 
· movem-se os cheiros, cheiro de negro, cheiro mulato, cheiro branco, 
  cheiro de todos os matizes, de todas as excitações e de todas as náuseas. 
Tato: 
· o movimento dos tatos violentos, brutais, suaves, lúbricos, meigos, alucinantes. 
Gosto: 
· gostos de gengibre, de mendubim, de castanhas, de bananas, de laranja, 
  de bocas e de mucosa. 
 
3. Plurissignificação
O trabalho de recriação que se efetiva na construção do texto literário é uma atividade lúdica, uma brincadeira com a linguagem. Por isso, o texto literário provoca um prazer estético em seu fruidor, como acontece nas outras manifestações artísticas. Enquanto atividade de recriação, a expressão literária se caracteriza pela conotação , criando novos significados, ao passo que a expressão não-literária se reconhece pelo seu caráter denotativo . No texto literário, faz-se igualmente um amplo uso de metáforas e metonímias, com o objetivo de despertar no leitor o prazer estético. Isto é o que define seu caráter plurissignificativo. 
Texto 10 - "Acrobatismo" (Cassiano Ricardo) 

Acrobatismo 


Parou o vento. Todas as árvores 
quiseram ver o salto original. 
Então 
quedaram-se todas 
com os seus anéis azuis de orvalho 
e os seus colares de ouro teatral, 
prestando muita atenção. 

Foi como se um silêncio fofo de veludo 
Começasse a passear seus pés de lã por tudo. 
Nisto uma folha sai, muito viva, de uma rama, 
e vai cair sem o menor rumor 
sobre o tapete da grama. 

É um louva-a-deus lépido e longo 
que se jogou de um trapézio 
como um pequeno palhaço verde 
e lá se foi a rodopiar 
às cambalhotas 
no ar. 
 
Comentários sobre o texto 10 - "Acrobatismo"
Neste poema, há um amplo uso de metáforas, isto é, uso de palavras fora do seu sentido normal. Segundo Mattoso Câmara Jr. (1978), a metáfora "consiste na transferência de um termo para um âmbito de significação que não é o seu". Fundamenta-se "numa relação toda subjetiva, criada no trabalho mental de apreensão." 
Assim, por exemplo, entre a folha e o louva-a-deus traços comuns como a leveza de movimento, a cor, permitem que se estabeleça entre eles uma relação, a partir da qual se cria uma metáfora. O mesmo acontece entre o trapézio e o galho de onde o inseto se jogou no ar (um traço comum entre eles é, por exemplo, a forma); entre o palhaço verde e o louva-a-deus (traços comuns: a cor, a acrobacia de um e outro); entre o tapete de grama e o chão recoberto de vegetação (têm em comum a cor, a maciez).

4. intangibilidade da organização lingüística 
Uma das características do texto literário é a sua intangibilidade, sua intocabilidade. As palavras que foram utilizadas e a maneira escolhida pelo autor para combiná-las são próprias de cada texto, e não devemos alterá-las sob o risco de mutilar ou comprometer a intenção do autor. Não podemos, portanto, num texto literário, mudar a posição em que as palavras foram colocadas, suprimir ou acrescentar vocábulos, substituir vocábulos por sinônimos, resumir as idéias. A esse respeito, o poeta francês Paul Valéry diz que, quando se resume um texto não-literário, apreende-se o essencial; quando se resume um texto literário, perde-se o essencial. 
Podemos, por exemplo, perguntar a diversas pessoas o que pensam sobre o tema da separação amorosa. Poderão surgir, a partir de suas respostas, textos líricos, poéticos e textos não-literários. No Soneto da Separação, Vinícius de Moraes revela a sua maneira peculiar de tratar esse tema. Pelo trabalho com a linguagem, pelo uso de recursos poéticos, seu soneto é um texto literário.
Texto 11 

Soneto da Separação 


De repente do riso fez-se o pranto 
Silencioso e branco como a bruma 
E das bocas unidas fez-se a espuma 
E das mão espalmadas fez-se o espanto. 

De repente da calma fez-se o vento 
Que dos olhos desfez a última chama 
E da paixão fez-se o pressentimento 
E do momento imóvel fez-se o drama. 

De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 

Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente. 
 
Apresentamos, a seguir, um poema de Ferreira Gullar (texto 12) a partir do qual são feitos comentários que evidenciam algumas características da expressão literária apontadas no embasamento teórico.
 
Texto 12 

Meu povo, meu poema 


Meu povo e meu poema crescem juntos 
como cresce no fruto 
a ávore nova 

No povo meu poema vai nascendo 
como no canavial 
nasce verde o açúcar 

No povo meu poema está maduro 
como o sol 
na garganta do futuro 

Meu povo em meu poema 
se reflete 
como a espiga se funde em terra fértil 

Ao povo seu poema aqui devolvo 
menos como quem canta 
do que planta
 
Comentários sobre o texto 12
Quanto à relevância do plano da expressão/ desautomatização da linguagem, podemos observar:
 

a) a escolha de palavras que compõem as comparações do poema: o poema nasce como o açúcar, o povo e o poema crescem como a árvore nova. Estas comparações levam às metáforas: povo/terra onde brota poema/árvore.
 

b) o jogo entre as repetições de estruturas e a quebra dessas repetições : "Meu povo e meu poema" , "no povo meu poema", "Ao povo seu poema."
 

c) a rima na última estrofe: canta/planta reforça as metáforas básicas do poema: povo/terra, poema/árvore.
 

d) a personificação : "Como o sol na garganta do futuro."

Dois planos foram explorados -- o do real e o da recriação da realidade:
Real -> o campo da agricultura: plantar, crescer, terra fértil.
Recriação -> o poeta associa a germinação e a fertilidade à palavra poética; o poeta é comparado a um plantador; o poema é o fruto que ele produz (metáfora). 
Um outro exemplo interessante para mostrar a desautomatização da linguagem encontramos no poema Som, de Carlos Drummond de Andrade (texto 15), em que o autor, ao invés de usar a expressão hoje em dia, já cristalizada na língua, cria a expressão hoje-em-noite. 

5. recursos fônicos característicos da literariedade
O escritor de um texto literário, ao explorar conteúdos, procura recriar a linguagem, e, para essa recriação, utiliza recursos variados. São alguns deles: 

· ritmos 
· sonoridades 
· rimas e aliterações 
 
a) Ritmo - evidencia-se pela alternância de sílabas que apresentam maior ou menor intensidade em sua enunciação. 
Texto 13 

Quem dera 
Que sintas 
As dores 
De amores 
Que louco 
Senti! 
(Casimiro de Abreu) 
 
Textos literários em prosa também podem apresentar efeitos sonoros e rítmicos. Como exemplo, transcrevemos um trecho do romance "Gabriela, cravo e canela", de Jorge Amado (texto 14)

Texto 14
"Gabriela ia andando, aquela canção ela cantara em menina. Parou a escutar, a ver a roda rodar. Antes da morte do pai e da mãe, antes de ir para a casa dos tios. Que beleza os pés pequeninos no chão a dançar! Seus pés reclamavam, queriam dançar. Resistir não podia, brinquedo de roda adorava brincar. Arrancou os sapatos, largou na calçada, correu pros meninos. De um lado Tuísca, de outro lado Rosinha. Rodando na praça, a cantar e a dançar." (Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado)

Esse texto, em forma de prosa, apresenta um ritmo e uma sonoridade que nos fazem lembrar os textos em verso. Existem nele:
· rimas (escutar, rodar, dançar, brincar);
· inversões que contribuem para o ritmo e a rima (os pés pequeninos no chão a dançar, brinquedo de roda adorava brincar);
· frases curtas com um número aproximado de sílabas:
 
seus pés reclamavam 
queriam dançar 
resistir não podia 
brinquedo de roda 
adorava brincar 

de um lado Tuísca 
de outro lado Rosinha 
rodando na praça 
a cantar e a dançar 
 
Seja em prosa, seja em verso, o texto poético contribui para o enriquecimento da linguagem, explorando a sonoridade e o ritmo das palavras e atribuindo-lhes novos sentidos, mesmo quando essas palavras são as do dia-a-dia. 

b) Sonoridade - por meio da sonoridade de um texto, é possível prolongar, evidenciar ou transformar o sentido que o léxico e a sintaxe dão às palavras e às frases. 

Texto 15 
Som 

Nem soneto nem sonata 
vou curtir um som 
dissonante dos sonidos 
som 
ressonante de sibildos 
som 
sonotinto de sonalhas 
nem sonoro nem sonouro 
vou curtir um som 
mui sonso, mui insolúvel 
som não sonoterápico 
bem insondável, som 
de raspante derrapante 
rouco reco ronco rato 
som superenrolado 
com se sona hoje-em-noite 
vou curtir, vou curtir um som 
ausente de qualquer música 
e rico de curtição 
(Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa.
Rio de Janeiro, Aguillar, 1979, p.784) 
 
Neste poema, aproveitando as associações de significantes, o poeta faz a palavra som ecoar o tempo todo, sob a forma de palavras derivadas de som, ou de vocábulos que apresentam a seqüência fônica s o n, sem relação semântica com a palavra som. Observe:
soneto  sonouro
sonata  sonoro
dissonante  sonso
sonidos  insolúvel
ressonante  sonoterápico
sontinto  insondável
sonalhas  sona 
Há também uma seqüência onomatopaica, reproduzindo o ruído estridente da música moderna: 

ressonante  reco
derrapante  ronco
raspante  rato
rouco  superenrolado
c) Rimas e aliterações - fonemas que se repetem com uma freqüência maior que a esperada podem contribuir para a harmonia do poema; muitas vezes essa repetição serve para reproduzir o ruído daquilo de que fala o poema, como nestes versos de Murilo Araújo, em que a insistência do [i] sugere o barulho provocado pelos grilos. 

Texto 16 
O trilo dos grilos, tímido, 
de aço fino, 
esgrime, com o raiozinho dos astros, límpido, 
argentino. 
 
No poema de Cruz e Souza, a repetição do fonema [v] contribui para o efeito sonoro dos versos e evidencia, mais uma vez, o uso poético da linguagem. 

Texto 17 
Vozes veladas, veludosas vozes, 
Volúpias dos violões, vozes veladas, 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. 
Nesta estrofe do soneto de Alphonsus de Guimaraens, Hão de chorar por ela os cinamomos, a repetição de vogais nasais e fechadas contribui para reforçar o conteúdo triste e sombrio. 
Texto 18 
Hão de chorar por ela os cinamomos, 
Murchando as flores ao tombar do dia. 
Dos laranjais hão de cair os pomos, 
Lembrando-se daquela que os colhia. 
Rima é a conformidade ou identidade de fonemas, que ocorre geralmente no final de dois versos diferentes, podendo aparecer também entre vocábulos no interior dos versos. Existem muitas possibilidades de disposição das rimas nas estrofes do poema. As mais freqüentes são as emparelhadas, as alternadas, as opostas, as encadeadas, as misturadas.
Além disso, as rimas podem ser classificadas em função da sua riqueza, que é definida pelo maior ou menor número de fonemas associados, pelas classes das palavras que rimam pela raridade das terminações. Neste sentido, as rimas podem ser perfeitas, imperfeitas, pobres, ricas, preciosas. 
O texto abaixo exemplifica rimas emparelhadas, porque se sucedem duas a duas, e ricas, pois as palavras que rimam pertencem a diferentes classes gramaticais (retalha/toalha: verbo e substantivo; multicores/amores: adjetivo e substantivo; secreta/poeta: adjetivo e substantivo)
 
Texto 19 
Queixas do poeta 

No rio caudaloso que a solidão retalha, 
na funda correnteza na límpida toalha, 
deslizam mansamente as garças alvejantes; 
nos trêmulos cipós de orvalho gotejantes 
embalam-se avezinhas de penas multicores 
pejando a mata virgem de cânticos de amores; 
mais presa de uma dor tantálica e secreta 
de dia em dia murcha o louro do poeta! ... 
(Fagundes Varela) 
 
A literatura é o veículo, por excelência, da linguagem em sua função poética, mas não é o único; podemos perceber também na publicidade, nas brincadeiras infantis, nos jogos de palavras, nos trocadilhos a presença da linguagem poética.(http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_professor_virtual_perguntas_texto_literario.html)

16 comentários:

Julia Moura disse...

Olá Professora!
Primeiramente, gostaria de dizer que a literatura é essencial em nossas vidas. A literatura é um meio mais prazeroso de ter ideias e se transportar nas histórias de cada livro.
Cada vez mais nós aprofundamos nos conhecimentos e tirando dúvidas sobre este tema, aprendemos que com isto temos mais criatividade, opinões e até mesmo novos olhares a grande escritores que se dedicam nas palavras.Eu particularmente, admiro Cora Coralina, uma das melhores poetisa e contista brasileira, com o modo que ela expressa as palavras em seus versos.
Em relação a literatura, há varias respostas sobre o que ela é (como mesmo a senhora citou em sala de aula), mas posso definir com o que eu acho e penso, literatura são obras com seus variados estilos textuais.Entre tanto espero compreender cada vez mais a boa literatura em sala.
Sem mais!
Julia Moura - 2º END

Estudetes disse...

O tema abordado nesse post, é sem dúvida algo que vemos todos os dias em diversos meios,sendo artísticos ou não.
Ao começar sobre o que é a Literatura,pensamos em grandes respostas para essa pergunta mas o que acabamos descobrindo é que a Literatura,nada mais é do que o conjunto de obras elaboradas em determinada época.
Ao sabermos o que é Literatura devemos saber identificar o texto literário e não-literário : O texto literário predomina a função poética da linguagem, relevando a questão da realidade; já no não-literário,isso não ocorre, pois predomina a maneira mais objetiva e direta,não fujindo da realidade.
Na literatura é visto diversas características e gêneros , como aqui podemos ver no post.
Tenho por mim, que a literatura nos enriquece através de cada época,de novas descobertas,de novas maneiras de se criar e recriar ao escrever, e por isso nos enriquece.
E o mais importante é saber que a literatura é algo que não abrange apenas o conceito poético,mas que de acordo com a época,vem tido seu espaço em diversos meios presentes no nosso cotidiano, sem perder o seu valor literário.
Acredito que a Literatura é um gênero que em quanto houver as letras,não deixará de existir.
Sem mais, Thainara D. Cruz 2º D.

Unknown disse...

Professora
Queria falar que antes das aulas sobre literatura antes eu intendia isso com um nada apartir do ano passado eu comesei a me esforçar a ler mais mor incentivo da senhora ,antes eu nao gostava de ler sinceramente ainda nao gosto mais com a leitura voce pode ficar bem mais sabio ir a lugares inimaginaveis fazer tudo atravez da imaginação ,sobre o video eu acho que nao está muito certo pelo modo que o narrador descreveu o vidéo emfim sem a leitura nao inporta de quando nao vamos adiquirir nem um tipo de conhecimento sobre o melhor meio do comunicação do mundo
José Guilherme 2D

' Su . disse...

Professora de uma olhada no blog , e tirei umas dúvidas na parte de conceitos de literatura ( Suellen Dos Santos De Oliveira * 2° EM C *

Pâmela Oliveira disse...

Olá professora!!!
Eu fiquei pensando muito a respeito das frases de conceito de literatura na aula de hoje. Confesso que a principio nao conseguia compreender algumas delas mas suas explicações ajuram-me muito.
A respeito do blog, gostaria de dizer como estou impressionada com a forma como os assuntos são postados, são textos bem objetivos e completos.

Em relação ao livro que estou lendo, O amor pode esperar, é um livro da coleção "primeiro amor", trata de um romance um tanto impossive mas é bem legal. Se tiver a oportunidade lê-lo tenho certeza de que gostará.
Pamela 2°C.

amanda disse...

Olá Professora !!!Sobre o tema
abordado tentar definir literatura talvez seja encontrar um caminho para decidir o que torna um texto em sentido lato literário.
A definição da literatura está comumente associada a ideia de estética, ou melhor da ocorrência de alguns procedimentos estéticos.
Um texto é literario, portanto quando consegue produzir um efeito estético, e quando provoca catarse.
A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espirito do artista e retransmitida. através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo da nova realidade. Passa, então , a viver outra vida, autônoma, independênte do autor e da experiência de realidade de onde preveio.
Literatura pode ser definida com a arte de criar e recriar textos de compor ou de estudar escritor artísticos, o exercício da eloquência e da poesia o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época, a carreira das letras.
Obs: "A literatura é uma profissão em que se torna indispensável dar provas constantes de que se tem talento para convencer pessoas que não tem nenhum".
Amanda 2°EMD.

Blood Games disse...

Olá Professora!
Primeiramente, gostaria de dizer que a literatura é essencial em nossas vidas. A literatura é um meio mais prazeroso de ter ideias e se transportar nas histórias de cada livro.!Sobre o tema
abordado tentar definir literatura talvez seja encontrar um caminho para decidir o que torna um texto em sentido lato literário.Gostei muito desse site
Matheus Antonioli 2°EMC n°:15

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Yasmin Melo
Primeiramente,ao entrar no blog, me deparei com uma série de assuntos interessantes, que chamam a atenção, de nós principalmente, alunos de 2º ano, interessados em saber mais, sobre a Literatura. E ainda mais nós do 2ºEMC, que estamos sofrendo por não ter tido esse conhecimento ano passado, (" como a Senhora disse": - não somos culpados, somos vitimas ")mais, agradeço a Senhora por nos estar mostrando o quanto importante, a Literatura é, e por estar a colocando em nossas vidas!
E, atraves de seus ensinamentos, particularmente, percebi as diferenças que ocorrem, de época pra época , na escrita particular de cada escritor.
Obrigada, por tudo , desde já, pela dedicação de seu tempo, e a paciência com a gente!
ps: Os conceitos de Literatura, me ajudaram a entender melhor a finalidade da Literatura em minha vida.
Yasmin Jesus de Melo 2ºEMC

Leeo disse...

Lendo e entendendo sobre o que é a Literatura,pude compreender que a literatura não é apenas uma gênero,mas também, uma forma de se criar e recriar textos,baseando-se em conjuntos de obras elaboradas em determinada época.
Embora a Literatura seja uma manifestação artística,e predomine a função poética,nela se abrange dois gêneros : o literário e não-literário.Que se variam de acordo com suas funções e o que se quer transmitir em cada tipo de texto.
As palavras são os elementos principais da literatura,pois através delas sabemos identificar as características de cada tipo de texto.As palavras,podem ultrapassar seus limites de significação. Podendo assim, conquistar novos espaços e passar novas possibilidades de perceber a realidade.
Acredito que a literatura,abre novos meios para novas criações,novas possibilidades de pensamento,novas ideias.
Ela nos enriquece através do seu conjunto como um todo e seus elementos de coesão.
Leonardo Oliveira 2º D.

Unknown disse...

Olá Professora, vim para dizer sobre tudo o que li e os videos que vi no seu blog. Primeiramente foi ótimo passar por aqui pois enriqueci bastante meus conhecimentos. Compreendi que os conceitos de literatura que parecem ser tão complexos pelo fato de terem vários não são como você imagina logo de cara, só depois que você lê bastante entende o que é. eu entendi que a literatura é o conjunto de obras de determinadas épocas, então cada época cria um estilo literário. na resenha de marisa lajola ela diz que no dicionario Aurélio há dez(10) conceitos sobre literatura, e isso as vezes faz as pessoas imaginarem (quem não tem conhecimento prévio) que a literatura é muito complexa. A literatura por mais que as décadas/séculos passem ela segue conosco ou seja enquanto houver leitores haverá literatura pois ela apenas é modificada de acordo com a época que se passa mais nunca extinta!
Sobre as video-aulas (que eu gostei muito e vou adotá-las a minha rotina em frente ao computador) são muito boas, de fácil entendimento, e é uma ótima forma de se estudar em casa, não esquecendo que enquanto ele fala você poede ver as minagens dos escritores e até mesmo ler sobre o que ele está falando e explicando claramente ao público. Espero enriquecer cada vez mais meu conhecimento com as suas aulas. amanhã eu termino de ler e comento novamente sobre o que li. Atenciosamente Sara Roberta, 2°EMC.

Unknown disse...

Olá professora
Gostei muito do vídeo “Ler deveria ser proibido” da Universidade de Salvador,pois o titulo da uma idéia totalmente contraria do tema e objetivo apresentado no mesmo,afinal,ler realmente torna as pessoas perigosamente mais humanas.
Também gostei de aprender ou melhor de conhecer mais sobre conceitos de literatura,e as diferenças entre um texto literário e um não-literario,os vídeos postados sobre literatura (o que é literatura?Parte 1,2 e 3)ajudaram a complementar sobre o assunto,facilitar o entendimento e a esclarecer certas duvidas.
Matheus Tonello,2°EM-D

Unknown disse...

olá.
Assim que assisti os videos , e fiz a leitura percebia que a literatura é uma meio artistico , que pode ser usada como ecpressão como :"Revolta , felicidade , tristeza , etc..."Depende do momeno do autor ,depende doque ele quer mostrar.
A leitura ajuda nós mesmo passamos a ser mais conhecedores das palavras , sabe quando é o momento certo que posso usa-la , e a forma certa de ser escria , e pode me ajudar na minha formação também juntando a minhas ideias.
Bom é isso boa semana professora

Gean 2°D

Lígia Prado disse...

Olá professora . Assisti o vídeo que posto e gostei bastante , concordo com a frase final que diz : " Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas " ,e também com um trecho em que fala que quando lemos nos transportamos para lugares nada convencionais.Eu mesma quando faço a leitura de algum livro muitas vezes sinto que estou vivenciando a história ali contada .
Após a leitura do texto sobre O que é Literatura , compreendi que não há uma definição ainda para Literatura e que já foram analisados diversos critérios para caracteriza-la ,entretanto quando o seu significado está quase definido surge algo inovador que faz com que não haja uma definição novamente .
A respeito do poema O poeta e a poesia de Cora Coralina , achei muito interessante a forma com que a escritora pinta a imagem de um poeta e nos diz que quem cria a poesia não é o poeta e sim a poesia que o condiciona.
Ao ler , Conceito de Literatura, Características e Formas , pude perceber que na visão e compreenção de cada pessoa que deu seu significado a Literatura a seu modo , a maioria a considera como uma arte e a usa como forma de expressar suas idéias e a defini também como conjunto de estilos literários de uma determinada época.
Os vídeos aulas facilitou mais ainda a compreensão do Conceito do que é Literatura , pois atraves dos videos pude adquirir mais conhecimento sobre o assunto abordado , como por exemplo que o objetivo da Literatura não se limita a apenas expressar emoções ou exprimir o que diz , também tem como " meta" influenciar o leitor , persuadi-lo e modificá-lo .
Através da leitura do que é um texto literário e não-literário , aprendi que o Texto Literário é subjetivo , no caso de poemas é muito usado as figuras de linguagem , o autor na maioria das vezes expressa seus sentimentos , idéias e a forma como vê o mundo e predomina a funçao poética da linguagem ; já o texto não - literário é objetivo , tem como função informar algo e ultiliza uma linguagem denotativa .
Gostaria de dizer que o post me ajudo a compreender melhor ainda o conceito do que é Literatura , e que me acrescentou mais conhecimentos sobre o tema . Até mais. - Lígia Prado 2º EmC .

Unknown disse...

Quando Jean Paul Sartre afirma : “Ninguém é escritor por haver decidido dizer certas coisas, mas por haver decidido dizê-las de determinado modo.” Eu entendi que ele disse que ninguém pode chegar e escrever qualquer ‘bobeira’ e se dizer escritor , para ser um escritor deve ter um conceito do que é literatura e entre outros .
A literatura está no meio de nós , em qualquer lugar que nós virmos tem um pouco de literatura .

Eu não assisti os videos ainda , mas pretendo assisti-los !
Gustavo Castro ;*

Rany disse...

Raniely 2° EMC
Olá professora!
Vim deixar meus comentários sobre seu blog.
Adorei o seu blog, e pude tirar muitos conteúdos interessantes.
Estive lendo algumas paginas uma delas relacionada à peça de teatro de Gil Vicente, “alto da barca do inferno”, através desse site consegui obter melhor compreensão, pois ele retrata sobre a criação e desse texto literário, e creio eu que para entendermos melhor um texto devemos conhecer um pouco sobre seu autor, e qual o intuito deste ao dar vida a sua criação.
Li também sobre o texto literário “auto da compadecida” de Ariano Suassuna foi muito bom ter conhecido um pouquinho sobre esta obra, já que eu a conhecia de forma adaptada para o cinema.
Pude estar aprendendo mais sobre conotação e denotação, o que facilita muito no entendimento e diferenciamento de textos literários e não literários, já que conotação é conjunto de palavra, ou melhor, o tipo de palavras que nos fazem pensar, que usam figuras de linguagem, e partem para o meio poético, ao contrario da denotação que são palavras de significados próprios que fazem parte de uma afirmação.
Não posso deixar de citar sobre a poesia de cordel, quem diria que algo de personalidade tão nordestina poderia vir da Europa, foi muito bom saber disso, e também foi ótimo para que eu pudesse aprender como se cria uma tradicional poesia de cordel.
Falando agora sobre os vídeos, bem dois de todos os vídeos me chamou atenção; o primeiro foi o “devia ser proibido ler”, adorei a maneira que ele usou para ironicamente, criar uma imagem negativa mais usando argumentos positivos, realmente foi uma propaganda bem elaborada, e por ultimo e não menos importante pelo contrario ele é muito importante para a literatura brasileira, e o vídeo que fala sobre nosso amado Machado de Assis, sou suspeita para falar, pois sou apaixonada pelos romances desse grande poeta que é o nosso Machado de Assis, adorei saber mais sobre ele, afinal de contas quem não gosta de saber mais sobre seu “mestre” “né”, adoro o estilo machadiano, e pra mim ele e um dos melhores senão o melhor.
Desde já agradeço a senhora por ter aberto esse espaço para que possamos aprender , melhor, e para deixar nossa opinião espero ter absolvido o Maximo possível de conhecimento e informações necessárias
Grata: Raniley