


É importante destacar que, ao viajar pela história da literatura brasileira, se enfatizou o hibridismo da literatura contemporânea dos finais dos anos 90s, como “Cidade de deus”, os romances de Ferrez, dentre outros.
Falando em Ferrez, o romance dele trouxe polêmica em escola na Bahia. Espero que o livro não seja queimado, por puro autoritarismo, em praça pública como os do baiano mais amado, Jorge Amado, nos anos 30s.
Leia a notícia abaixo:
"Capão Pecado" causa polêmica escolar na Bahia e em Minas Gerais
"Filho da puta", "porra" e "bosta", entre outros palavrões frequentes na linguagem coloquial, provocaram o afastamento de uma professora da Diretoria Regional de Educação em Feira de Santana (BA), informa o jornal "Correio da Bahia".
O motivo: adotado nas aulas de português da oitava série, o livro didático "Linguagem - Práticas de Leitura e Escrita" (Global e Ação Educativa), de Anna Christina Bentes, reproduzia trecho de "Capão Pecado", do escritor paulista Ferréz. A obra é ambientada em Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, e utiliza as gírias no texto para reproduzir a linguagem oral da periferia.
Não é a primeira vez que "Capão Pecado" causa controvérsia. No ano passado, pais de alunos e a Secretaria da Educação de Minas Gerais também discutiram se o uso de palavrões no livro não era um motivo para evitar a leitura por adolescentes nas salas de aula.
Segundo o "Correio da Bahia", em Feira de Santana, a direção da Escola Estadual Godofredo Filho justificou que a professora afastada usou o livro didático sem conhecimento do conteúdo de "Capão Pecado". O título foi escolhido como substituto para o livro oficial, que teria demorado a ser entregue pelo MEC (Ministério da Educação), segundo o jornal.
Na descrição da editora Objetiva, "Capão Pecado" descreve um lugar "abandonado por Deus e batizado pelo Diabo, usando a linguagem do gueto para personagens tão reais e sem futuro. É miséria, violência, droga e morte". Como o autor o define, é "um livro de mano para mano. É ácido e violento. É um grito".
Em seu blog, Ferréz disse que a professora afastada "está sendo vítima de perseguição" e criticou o jornal que publicou a notícia sobre o caso.
"Torço para que os responsáveis pela secretaria de educação não se deixem manipular pela reportagem do jornal Bahia Meia Dia, que fez uma reportagem tendenciosa e preconceituosa sobre o livro, pra quem não sabe o jornal é do Grupo Rede Globo de televisão. Num país onde programa como Pânico na TV mostra até o 'útero' das mulheres, e onde nosso símbolo de carnaval é uma mulher negra nua rebolando com a vinheta da Globo, até que eu devo estar errado mesmo, por tratar de temas como a Aids e machismo."
"Capão Pecado"
Autor: Ferréz
Editora: Objetiva
Páginas: 152
Quanto: R$ 35,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha ou melhor em uma biblioteca mais perto de você.
(http://livraria.folha.com.br/catalogo/1091346/capao-pecado
CRONISTAS DO JC
Anidropodoteca
Estava eu, todo exuberante, “paquitão’’, quase pronto para ir a um “casório’’, onde seria padrinho, quando menos esperava, cai aquele “pé d’água’’.
O que eu poderia fazer? , uma telepatia? , transportar-me por pensamento? Bom, seria o único jeito de chegar até lá sem me molhar.Minha mãe, vendo minha situação, berrou lá da cozinha:
- Ô animal, pra que é que serve a anidropodoteca? Isso não foi feito para mangrar (inutilizar), viu!
Eu cheio de dúvidas, fiquei a imaginar, anidro... anidro... anidro...
Seria uma capa igual a do super homem só que impermeável?
Ou seria uma carruagem? , para mim naquele momento, até uma carroça, dava jeito.
Não sei muito, mais suponho que quem inventou uma palavra dessas, devia de estar pensando no nome da mãe, da tia, do pai, da avó e pegou as inicias do nome de cada um, resultando naquela palavra.
Com uma dúvida petulante, insistente, resolvi pesquisar no dicionário, porém nem no Aurélio havia tal palavra e, nisso minha mãe joga algo no sofá e fala:
-Toma, vê se coloca direito viu, e o guarda chuvas está em cima da mesa.
Peguei o saco preto e, ao abri-lo, avistei um objeto parecido com uma bota de borracha, que ao comprar a roupa do “casório’’, veio junto com o sapato de couro alemão, para proteger da água, pois o couro é muito sensível a umidade.
Não tinha menor idéia que galocha, (uma bota de borracha, que em caso de chuva não permite que a umidade entre em contato com os pés) seria a tal da anidropodoteca. (Marcos Ruan dos Santos Souza 3ºEMB Amizade)